Na segunda-feira (14/10), o presidente
Jair Bolsonaro (PSL) assinou decreto que prejudica ainda mais a vida dos trabalhadores
(as) temporários ao dificultar acesso a um mínimo de direitos, como férias e
eventuais indenizações trabalhistas. O serviço temporário ou intermitente é
previsto em lei desde 1974, mas só com a reforma trabalhista do governo Michel
Temer (MDB) e, agora, com o decreto 10.060/2019, as regras foram definidas – e
de maneira a beneficiar apenas quem contrata.
O diretor Nacional de
Comunicação da Nova Central e diretor Executivo do SindMotoristas – SP Nailton
Francisco de Souza (Porreta), afirma que as novas regras contemplam totalmente
os interesses dos patrões que financiaram e apoiaram o desmonte da Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT). “Não restam dúvidas de que estes retrocessos
trabalhistas beneficiam, principalmente, os maus empresários que defendem
contratos de trabalhos prejudiciais aos trabalhadores (as)”.
Denuncia que antes do
decreto, o trabalhador (a) terceirizado podia entrar com uma ação na Justiça
contra a empresa onde de fato prestava serviço, casos seus direitos legais não
fossem respeitados. Com as mudanças, a contratante fica livre de qualquer tipo
de responsabilidade, que passa a ser das empresas intermediárias, aquelas que
agenciam a mão de obra.
“Os patrões vão deitar e
rolar. Poderão contratar sem vínculo empregatício e mandar embora quando bem
entender, e o mais agravante, não terá que pagar nada. Em caso de acidente de
trabalho será outro problema que estes profissionais terão que enfrentar devido
à política econômica e trabalhista ultraliberal implantada no país, desde o
governo Temer e impulsionada, em ritmo acelerado pelo atual governo”, diz.
Também, segundo Nailton
Porreta em todos os países onde foi imposto o modelo neoliberal com
flexibilização do mercado de trabalho, ocorreram precarização generalizada das
condições de trabalho e aumento de: concentração da renda, das desigualdades
sociais, miséria da classe trabalhadora e o surgimento de milhões de contratações
sem proteção previdenciária.
“Não são sós estas pessoas contratadas
nestes regimes precários que sofrem as consequências. No geral o salário médio
caiu 6,6% em 2018, o real se desvalorizou em 10,5% frente ao dólar e a
produtividade aumentou 0,8%. Com esses resultados, a Confederação Nacional da
Indústria (CNI) celebrou a queda do chamado custo do trabalho, que totalizou
16,1% no ano passado. Em uma lista com 11 países, apenas na Argentina a
retração foi maior: 27,1%. A entidade espera que os salários continuem em queda”,
denuncia Porreta.
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