O prefeito de São Paulo,
Bruno Covas (PSDB), vai ampliar investimentos e gastos com zeladoria na cidade
em 2020, ano em que disputa a reeleição. Ele apresentou ontem (30), na Câmara
paulistana, o Projeto de Lei Orçamentária Anual do próximo ano, projetando um
cenário totalmente diferente daquele em que vem administrando a cidade. Depois
de segurar investimentos e cortar verbas por três anos, acumulando caixa de
aproximadamente R$ 12 bilhões, Covas promete investir R$ 7,4 bilhões em 2020 e
aplicar R$ 3 bilhões em tapa-buracos e recapeamento, manutenção de calçadas,
poda de árvore e limpeza.
Em comparação, no ano
passado o investimento total foi de R$ 1,8 bilhão. Em 2017, a situação foi mais
grave, com investimento de apenas R$ 1,3 bilhão. Em 2016, último ano da gestão
de Fernando Haddad (PT), os investimentos foram de R$ 2,6 bilhões, montante 44%
maior do que no ano passado. A área de urbanismo – onde se enquadram obras de
construção, reformas e melhorias – foi uma das mais afetadas pelo baixo
investimento da atual gestão. Dos R$ 830 milhões previstos, apenas R$ 480
milhões foram gastos, sendo a maior parte no recapeamento de ruas e avenidas.
Este ano, a previsão de investimentos é de R$ 5,4 bilhões.
O vereador Alfredo Alves
Cavalcante, o Alfredinho (PT), já denunciava em fevereiro que Covas estava
guardando dinheiro para dar um “banho de loja” e maquiar a cidade objetivando a
reeleição. “Nem coisas simples como limpeza de córregos estão fazendo direito.
Essa economia não visa grandes obras, que não poderiam ser feitas em um ano. É
mais para dar um ‘banho de loja’, atender aquelas reclamações recorrentes da
população, sobre entulho, lixo, poda de árvore, buracos, pra parecer que a
cidade está bem”, afirmou.
Para 2020, o valor definido
para ações de zeladoria é de R$ 3 bilhões, praticamente o dobro do valor
disponível em 2019. Entre as áreas prioritárias estão a pavimentação e
recapeamento de vias (R$ 1,2 bilhão), reforma e acessibilidade em passeios
públicos (R$ 628 milhões), manutenção de vias e áreas públicas, incluindo
tapa-buraco (R$ 713 milhões), manutenção e operação de áreas verdes e vegetação
arbórea (R$ 213 milhões).
Gasto
menor em 2018
Mas em 2018, das 32
subprefeituras, 28 registraram queda na execução orçamentária, se comparado a
2016. Apenas Parelheiros, Capela do Socorro, Jabaquara e Sapopemba tiveram
aumento no gasto. Vila Prudente, Ermelino Matarazzo, Cidade Tiradentes, Itaim
Paulista, Ipiranga e Casa Verde/Cachoeirinha deixaram de gastar mais de 25% do
orçamento previsto para varrição de ruas, limpeza urbana e outras ações de
bairro.
Além disso, agora Covas
prevê aplicar R$ 322 milhões em manutenção de sistemas de drenagem. Mas em 2017
e 2018, o prefeito gastou cerca de um terço de toda a verba orçada para combate
a enchentes e alagamentos na cidade. De R$ 824 milhões destinados à realização
de drenagens, só R$ 279 milhões (38%) foram gastos. Em obras e monitoramento de
enchentes, estavam previstos R$ 575 milhões, mas R$ 222 milhões (35%) foram
efetivamente aplicados. A cidade sofreu com as enchentes. Em março, a capital
paulista registrou 601 pontos de alagamento, congestionamentos gigantescos, com
interdição das pistas expressa e central da Marginal Tietê e da Avenida do
Estado.
Na saúde, o orçamento
proposto alcança R$ 11,8 bilhões, com maior investimento na manutenção e
operação de atendimento ambulatorial básico, de especialidades e de serviços
auxiliares de diagnóstico e terapia (R$ 3,5 bilhões), manutenção e operação de
hospitais (R$ 2,6 bilhões) e manutenção e operação de Unidades Básicas de Saúde
(R$ 348 milhões). A gestão também prevê entregar os Hospitais Municipais de
Brasilândia e de Parelheiros, iniciados na gestão Haddad. Nesta área ainda há a
previsão de destinação de recursos para a construção de novos equipamentos (R$
76 milhões) e reforma de equipamentos de saúde (38 milhões).
No entanto, nos anos anteriores,
a prefeitura abandonou os investimentos em saúde. A soma dos investimentos dos
dois primeiros anos da gestão Covas (R$ 194,3 milhões) é inferior ao aplicado
no último ano da gestão Haddad (R$ 239,1 milhões). De 13 unidades básicas com
obras previstas no orçamento, apenas uma teve ampliação dos investimentos, em
relação a 2016. Mesma situação de oito Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
O orçamento total previsto
para 2020 é de R$ 68,9 bilhões, um aumento de quase 14% em relação a 2019. “O
orçamento cresce em quase 15%. É resultado de um trabalho que a gente tem
feito, para poder investir mais na cidade. Os maiores investimentos ficam para
as áreas da Educação e da Saúde”, afirmou Covas, durante a entrega do projeto
de lei, na Câmara Municipal.
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