A falta de respeito e o grau
de crueldade cometida pelos procuradores da Lava Jato, em relação às
perseguições ao ex-presidente Lula, cada dia que passa é desvendada pelas
reportagens do Site The Intercept que mostra o quando o ódio e a falta de
profissionalismo contaminaram as mentes e os corações dos que deveriam atuar de
forma isenta no cumprimento de seus deveres.
Para os inquisidores de
Curitiba, condenar e prender sem provas não eram o suficiente para satisfazer
seus desejos de crueldades. Seu algoz tinha que ser humilhado e torturado psicologicamente,
principalmente, ao perder um ente querido da família, como aconteceu nos falecimentos
de sua esposa, irmão e neto, onde os abutres comemoravam o sofrimento alheiro, da
mesma forma que os torcedores zombam da derrota do time adversário.
Os novos trechos de
conversas entre eles, revelados terça-feira (27/08), que tratam sobre a morte
de seus familiares, causou indignação e repulsa em Lula, que mesmo assim,
mostrou que é um ser humano fantástico e que não guarda ódio e nem rancor e
pediu para Deus iluminar o caminho e poupar a alma de seus desafetos, pelas
injustiças cometidas contra sua pessoa.
A procuradora Laura Tessler
debocha da dor e dispara o seguinte comentário: “Só falta dizer que a Lava Jato
implantou 10 anos atrás um aneurisma na cabeça da mulher… Milhares de pessoas
morrem de AVC no mundo… Isso faz parte do mundo real e pronto”. Em outro trecho
dispara, “Ridículo… Uma carne mais salgada já seria suficiente para subir a
pressão… ou a descoberta de um dos milhares de humilhantes pulos de cerca do
Lula”.
Em seguida, seu chefe Deltan
Dallagnol, fala sobre Lula: “Bobagem total, ninguém mais dá ouvidos a esse
cara”. Ao saber da morte de Vavá, o coordenador da Lava Jato escreveu no grupo
“Filhos de Januário” formado pelos procuradores: “Ele vai pedir para ir ao
enterro. Se for, será um tumulto imenso”.
Entra na conversa o
procurador Athayde Ribeiro da Costa: “Acho que tem que autorizar a saída. Ou,
como disse um de nós, leva o morto lá na PF”. Januário Paludo dá o tom de como
Lula era tratado pelos carrascos da Lava Jato: “O safado só queria passear”.
Na morte de Arthur, seu neto
de sete anos, Roberon Pozzobon ironizou a reação de Lula no velório abraçado
aos parentes: “É tudo uma estratégia para se humanizar, como se isso fosse
possível no caso dele”.
Ao saber das indelicadas
conversas, Lula ase posicionou da seguinte forma: "Foi com extrema
indignação, com repulsa mesmo, que tomei conhecimento dos diálogos em que
procuradores da Lava Jato referem-se de forma debochada e até desumana às
perdas de entes queridos que sofri nos anos recentes: minha esposa Marisa, meu
irmão Vavá e meu netinho Arthur
Confesso que foi um dos mais
tristes momentos que passei nessa prisão em que me colocaram injustamente. Foi
como se tivesse vivido outra vez aqueles momentos de dor, só que misturados a
um sentimento de vergonha pelo comportamento baixo a que algumas pessoas podem
chegar.
Há muito tempo venho dizendo
que fui condenado por causa do governo que fiz e não por ter cometido um crime
sequer. Tenho claro que Moro, Deltan e os procuradores agiram com objetivo
político, pois me condenaram sem culpa e sem prova, sabendo que eu era inocente.
Mas não imaginava que o ódio
que nutriam contra mim, contra o meu partido e meus companheiros, chegasse a
esse ponto: tratar seres humanos com tanto desprezo, como se não tivessem
direito, no mínimo, ao respeito na hora da morte. Será que eles se consideram
tão superiores que podem se colocar acima da humanidade, como se colocam acima
da lei?
Peço a Deus que ilumine essa
gente, que poupe suas almas de tanto ódio, rancor e soberba. Quanto aos crimes
que cometeram contra minha família e contra o povo brasileiro, tenho fé que,
deles, um dia a Justiça cuidará”, escreveu o ex-presidente.
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