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sexta-feira, 31 de maio de 2019

Brasil vira economia de atravessadores financeiros na nova arquitetura de poder!


Em 1999 foi revogado o Artigo 192 da Constituição Federal de 1988 que Regulamentava o Sistema Financeiro Nacional, após isso, os brasileiros (as) passaram a gastar mais com pagamento de juros do que com o produto adquirido via financiamento, principalmente, se utilizar o limite do cheque especial ou o rotativo do cartão de crédito.

De acordo com dados do Banco Central, em março de 2005 a dívida das famílias equivalia a 19,3% da renda familiar. Dez anos depois, a dívida acumulada representou 46,5%. O crediário é o causador desta triste realidade por cobrar 141,12% de juros ao ano na compra de Artigos do Lar; o cheque especial 300% e o rotativo do cartão de crédito 450%.

Em países desenvolvidos estes juros não ultrapassam 20% ao ano. Ou seja, esta nova arquitetura de financiamento conseguiu colocar na lista de pessoas inadimplentes 39% da população brasileira e fazer com que 58,3 milhões delas ficassem com o nome sujo, segundo o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).

Os novos mecanismos de exploração da população por bancos e outros intermediários financeiros, causam danos aos trabalhadores (as) e a economia do Brasil que perde forças para sair da crise. Na medida em que o sistema produtivo opta em lucrar mais na ciranda financeira e na compra de títulos da dívida pública.

Com esta prática a economia não aquece o país não desenvolve e o desemprego cresce cada vez mais. Segundo o IBGE, o número de desempregados em abril deste ano atingiu 13,2 milhões de pessoas, que representa 12,5% da população ativa, mais os 4,9 milhões de desalentados que já desistiram de procurar emprego.

Atualmente o total de pessoas ocupadas é: 92,4 milhões, divididas entre empregados com carteira assinada (33,1 milhões); sem carteira assinada no setor privado (11,2 milhões) e os que trabalham por conta própria (23,9 milhões). Na visão da Organização Internacional do Trabalho (OIT), porém, o governo Bolsonaro não será capaz de reverter os altos índices de desocupação e informalidade no mercado de trabalho.

Hoje, 46% da população economicamente ativa do Brasil já estão no trabalho informal, com salários baixos, escassos benefícios e acesso limitado à proteção social. Parte desse cenário deve ser atribuída aos retrocessos do governo Michel Temer (MDB), como a reforma trabalhista e a lei da terceirização irrestrita.

No relatório “Perspectivas do Emprego e Questões Sociais de 2019”, a instituição indica que, com a morosa recuperação da economia, o ciclo de desemprego no País deve se estender por, no mínimo, mais dois anos. Como as vagas abertas tendem a ser essencialmente informal, a crise é tanto de quantidade como de qualidade.

Estima-se que o crescimento da economia brasileira será 2,4% em 2019 – uma recuperação que, por ser lenta, poderia até justificar um percentual tão elevado de desempregados em longo prazo. Mas o fato é que nem mesmo países da América do Sul que enfrentam recessão econômica, como a Venezuela e a Argentina, têm índices similares de desocupação.

Se concretizar a projeção da OIT, o Brasil terá nada menos que 12,7 milhões de desempregados ao final de 2020 – portanto, na metade do governo Bolsonaro. Para agravar a situação, os postos de trabalho a serem abertos padecerão, invariavelmente, de dois males: a informalidade e a má qualidade – um traço comum, de resto, ao conjunto da América Latina e do Caribe.

De acordo com a OIT, um mercado de trabalho predominantemente informal provoca insegurança jurídica e econômica, além do aumento da pobreza e da desigualdade. Em países cujas leis não dão garantia sequer ao chamado “trabalho decente”, o emprego pouco melhora a qualidade de vida do trabalhador. Com os acenos de Bolsonaro a reformas ultraliberais da Previdência aponta para uma precarização crescente das condições de trabalho no País.

Lutar por condições decentes de vida, por maiores salários, o movimento sindical precisa assumir a luta pelo salário indireto por meio de políticas públicas, e a luta contra os juros extorsivos que faz com que a população, principalmente, a de baixa renda pague o dobro ou o triplo na aquisição de um produto.

Por: Nailton Francisco de Souza, Diretor Nacional de Comunicação da Nova Central e Secretário de Assuntos dos Trabalhadores da Manutenção do SindMotoristas – SP.

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