Por sermos um dos maiores
centros urbano do mundo, tudo que acontece aqui vira destaque internacional,
seja de forma positiva e/ou negativa. Vamos aos fatos, no último sábado (25/1)
a cidade de São Paulo completou mais um ano de muito trabalho, sucesso e
profunda decepção, provocada por ações desastrosas da Polícia Militar e Civil
do Estado, que muito envergonhou a população.
Em menos de uma semana a corporação
se envolveu em ocorrências desastrosas, que causou descrédito na Política de
Segurança Pública do governador Geraldo Alckmin (PSDB). O mais polêmico, foi à
ação policial do DENARC (Departamento de Repressão ao Narcotráfico), realizado
na tarde de quinta-feira (23/1) na região da cracolândia que terminou em
confronto entre policiais e dependentes químicos.
Acertadamente o prefeito
Fernando Haddad (PT) lamentou a operação da Polícia Civil, que utilizou bombas
de efeito moral e fez prisões de supostos traficantes. A fim de apurar a
investida, considerada estranha, o Ministério Público (MP) abriu inquérito. A própria
Corregedoria da Polícia Civil investiga participação de dois policiais no
tráfego de drogas no local, um deles do DENARC.
Outro episódio constrangedor
aconteceu na festa de comemoração do aniversário da cidade, considerada a maior
do hemisfério sul e o centro financeiro do País. Lamentavelmente, o estudante
Fabrício Proteus Nunes, de 22 anos, foi ferido a tiros pela PM, no peito e na
virilha, na esquina das Ruas Sabará e Piauí, em Higienópolis. Em boletim de
ocorrência registrado no 4º DP (Consolação), os PMs confirmaram ter atirado.
Neste mesmo dia a “TV Folha”
apresentou imagens exclusivas feitas durante o protesto contra a realização da
Copa do Mundo no Brasil, que mostram policiais da Tropa de Choque da PM, em
ação na repressão de manifestantes sem a tarja de identificação em suas fardas.
Sem dó, eles atiraram balas de borrachas em direção de pessoas deitadas no chão
no lobby do hotel Linson, na Rua Augusta (centro).
Na opinião do presidente
Estadual da Nova Central – SP, Luiz Gonçalves (Luizinho), esse modelo de
policiamento está “falido”, por ser apontada como a expressão mais “violenta da
ineficiência” e atraso da Política de Segurança Pública, que na prática,
predomina no Brasil. Ponderou que mesmo com a redemocratização, “sobrevive
intocável há 30 anos”.
Destacou que a estrutura das
Polícias é “pretoriana, hierarquizada e engessada” por valores do século 19. “Precisamos
ter uma polícia moderna, cidadã, capaz de estabelecer relações harmoniosas e
respeitosas com os cidadãos”. Lembrou que segundo o sociólogo Benedito Mariano,
o modelo de segurança pública brasileiro é o mesmo há 400 anos, por isso carece
de mudanças estruturais de formação e preparação de toda corporação.
Mariano foi o primeiro
ouvidor de polícia do País. Com vasta experiência na área, atualmente é o
secretário de Segurança em São Bernardo do Campo. Era defensor nato da
unificação da PM com a polícia Civil, devido às dificuldades enfrentadas mudou
de ideia. “Não acredito mais que essa seja uma solução. São instituições muito
diferentes. É simplesmente impossível”, afirmou em entrevista para a revista Caros
Amigos (Nº 66 de dezembro/2013).
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