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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A estrutura das Polícias é “pretoriana, hierarquizada e engessada”...

Polícia: ações desastrosas envergonham paulistanos

Por sermos um dos maiores centros urbano do mundo, tudo que acontece aqui vira destaque internacional, seja de forma positiva e/ou negativa. Vamos aos fatos, no último sábado (25/1) a cidade de São Paulo completou mais um ano de muito trabalho, sucesso e profunda decepção, provocada por ações desastrosas da Polícia Militar e Civil do Estado, que muito envergonhou a população.

Em menos de uma semana a corporação se envolveu em ocorrências desastrosas, que causou descrédito na Política de Segurança Pública do governador Geraldo Alckmin (PSDB). O mais polêmico, foi à ação policial do DENARC (Departamento de Repressão ao Narcotráfico), realizado na tarde de quinta-feira (23/1) na região da cracolândia que terminou em confronto entre policiais e dependentes químicos.

Acertadamente o prefeito Fernando Haddad (PT) lamentou a operação da Polícia Civil, que utilizou bombas de efeito moral e fez prisões de supostos traficantes. A fim de apurar a investida, considerada estranha, o Ministério Público (MP) abriu inquérito. A própria Corregedoria da Polícia Civil investiga participação de dois policiais no tráfego de drogas no local, um deles do DENARC.

Outro episódio constrangedor aconteceu na festa de comemoração do aniversário da cidade, considerada a maior do hemisfério sul e o centro financeiro do País. Lamentavelmente, o estudante Fabrício Proteus Nunes, de 22 anos, foi ferido a tiros pela PM, no peito e na virilha, na esquina das Ruas Sabará e Piauí, em Higienópolis. Em boletim de ocorrência registrado no 4º DP (Consolação), os PMs confirmaram ter atirado.

Neste mesmo dia a “TV Folha” apresentou imagens exclusivas feitas durante o protesto contra a realização da Copa do Mundo no Brasil, que mostram policiais da Tropa de Choque da PM, em ação na repressão de manifestantes sem a tarja de identificação em suas fardas. Sem dó, eles atiraram balas de borrachas em direção de pessoas deitadas no chão no lobby do hotel Linson, na Rua Augusta (centro).

Na opinião do presidente Estadual da Nova Central – SP, Luiz Gonçalves (Luizinho), esse modelo de policiamento está “falido”, por ser apontada como a expressão mais “violenta da ineficiência” e atraso da Política de Segurança Pública, que na prática, predomina no Brasil. Ponderou que mesmo com a redemocratização, “sobrevive intocável há 30 anos”.

Destacou que a estrutura das Polícias é “pretoriana, hierarquizada e engessada” por valores do século 19. “Precisamos ter uma polícia moderna, cidadã, capaz de estabelecer relações harmoniosas e respeitosas com os cidadãos”. Lembrou que segundo o sociólogo Benedito Mariano, o modelo de segurança pública brasileiro é o mesmo há 400 anos, por isso carece de mudanças estruturais de formação e preparação de toda corporação.

Mariano foi o primeiro ouvidor de polícia do País. Com vasta experiência na área, atualmente é o secretário de Segurança em São Bernardo do Campo. Era defensor nato da unificação da PM com a polícia Civil, devido às dificuldades enfrentadas mudou de ideia. “Não acredito mais que essa seja uma solução. São instituições muito diferentes. É simplesmente impossível”, afirmou em entrevista para a revista Caros Amigos (Nº 66 de dezembro/2013).


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