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terça-feira, 20 de julho de 2021

Governo Bolsonaro pagou US$ 14,8 milhões a mais por lote de máscaras KN95

A máscara anticorrupção do presidente Jair Bolsonaro começou a cair em mais uma denúncia do gênero que abala as estruturas do Palácio do Planalto e do Ministério da Saúde, comandando por seus indicados. De acordo com Thiago Herdy , colunista do Portal Uol, máscaras do tipo KN95 adquiridas pelo ministério e distribuídas a profissionais na linha de frente de enfrentamento da Covid-19 custaram 29% mais ao governo brasileiro do que a uma empresa privada que as adquiriu na mesma época, do mesmo importador e do mesmo fornecedor.

A aquisição superfaturada custou aos cofres públicos US$ 66 milhões por 40 milhões de máscaras em abril do ano passado, quando poderia ter pago US$ 51,2 milhões, uma diferença de US$ 14,8 milhões, diz a reportagem. Documentos obtidos pela reportagem, comprova que o governo pagou US$ 1,65 por máscara, ou R$ 8,65, pela cotação no momento da compra, como revela o contrato assinado com a 356 Distribuidora, Importadora e Exportadora, representante no Brasil da empresa de Hong Kong Global Base Development HK Limited.

Sendo que no mesmo mês, a empresa importou 200 mil máscaras para um grupo privado, por US$ 1,28 cada, ou R$ 6,71. Caso o mesmo preço tivesse sido ofertado pela 356 Distribuidora ao governo brasileiro, o país teria economizado US$ 0,37 (R$ 1,93) por máscara, ou US$ 14,8 milhões (R$ 77,5 milhões na cotação da época), se considerado o valor total da transação.

Ao ser perguntado por que não ofertou o mesmo preço ao governo brasileiro, o dono da 356 Distribuidora, Freddy Rabbat, preferiu não comentar. O Ministério da Saúde também não se pronunciou. Em nota, os advogados de Rabbat, Eduardo Diamantino e Fábio Tofic, defenderam o preço aplicado ao Ministério da Saúde, que no entendimento deles "está abaixo da média de mercado na época da aquisição, momento em que havia um crescimento sem precedentes da demanda mundial pelo produto e o Brasil corria o risco de não conseguir insumos para enfrentar a pandemia de covid-19".

A importação de máscaras a preço mais barato contou com o apoio do Ascensus Group, empresa de trading de Joinville (SC) que atuou como prestadora de serviços. A empresa confirmou a operação e disse que as máscaras mais baratas foram direcionadas a um cliente privado, cujo nome não poderia ser revelado em função de "cláusulas de confidencialidade".

Fonte: https://noticias.uol.com.br/colunas/thiago-herdy

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