A aquisição superfaturada
custou aos cofres públicos US$ 66 milhões por 40 milhões de máscaras em abril
do ano passado, quando poderia ter pago US$ 51,2 milhões, uma diferença de US$
14,8 milhões, diz a reportagem. Documentos obtidos pela reportagem, comprova
que o governo pagou US$ 1,65 por máscara, ou R$ 8,65, pela cotação no momento
da compra, como revela o contrato assinado com a 356 Distribuidora, Importadora
e Exportadora, representante no Brasil da empresa de Hong Kong Global Base
Development HK Limited.
Sendo que no mesmo mês, a empresa
importou 200 mil máscaras para um grupo privado, por US$ 1,28 cada, ou R$ 6,71.
Caso o mesmo preço tivesse sido ofertado pela 356 Distribuidora ao governo
brasileiro, o país teria economizado US$ 0,37 (R$ 1,93) por máscara, ou US$
14,8 milhões (R$ 77,5 milhões na cotação da época), se considerado o valor
total da transação.
Ao ser perguntado por que não
ofertou o mesmo preço ao governo brasileiro, o dono da 356 Distribuidora,
Freddy Rabbat, preferiu não comentar. O Ministério da Saúde também não se
pronunciou. Em nota, os advogados de Rabbat, Eduardo Diamantino e Fábio Tofic,
defenderam o preço aplicado ao Ministério da Saúde, que no entendimento deles
"está abaixo da média de mercado na época da aquisição, momento em que
havia um crescimento sem precedentes da demanda mundial pelo produto e o Brasil
corria o risco de não conseguir insumos para enfrentar a pandemia de
covid-19".
A importação de máscaras a
preço mais barato contou com o apoio do Ascensus Group, empresa de trading de
Joinville (SC) que atuou como prestadora de serviços. A empresa confirmou a
operação e disse que as máscaras mais baratas foram direcionadas a um cliente
privado, cujo nome não poderia ser revelado em função de "cláusulas de
confidencialidade".
Fonte: https://noticias.uol.com.br/colunas/thiago-herdy
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