É o que aponta pesquisa
nacional feita pelo instituto em 7 e 8 de julho, na qual foram ouvidas
presencialmente 2.074 pessoas. A margem de erro é de dois pontos percentuais
para mais ou para menos.
A série tem 11 levantamentos
até aqui. Desde o anterior, de maio passado, a desconfiança subiu de 50% para
os atuais 55%. Confiam em tudo o que Bolsonaro diz 15%, ante 14% no
levantamento passado. Já a avaliação de que o presidente é crível às vezes caiu
de 34% para 28%.
Os dados conversam com o mau
estado da popularidade presidencial aferida pelo instituto, constatada nesta
rodada. Bolsonaro está com a pior avaliação de sua gestão e teria hoje baixa
possibilidade de reeleição, segundo a fotografia captada pelo Datafolha. Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) é o favorito neste momento.
Maioria nunca confia nas
declarações de Bolsonaro
O governo vive uma grave crise
política, inserida na tragédia sanitária dos mais de 500 mil mortos pela
Covid-19 e sombras de problemas econômicos sérios, como inflação, aperto fiscal
e até racionamento de energia elétrica.
A CPI da Covid e apurações
paralelas têm descoberto suspeitas sérias de corrupção em negociações
envolvendo o Ministério da Saúde, e desde o fim de maio há protestos de rua
inauditos até aqui.
Isso não significa que
Bolsonaro esteja à beira de um impeachment, conforme avaliam líderes políticos
de vários espectros. Mas sua condição política está deteriorada.
Não creem em nada que
Bolsonaro fala mais mulheres e menos instruídos (60% de incredulidade), além de
moradores da fortaleza petista do Nordeste (65%).
Acreditam sempre no presidente
mais os maiores de 60 anos (22%), os moradores de áreas bolsonaristas como o
Norte/Centro-Oeste (21%) e os aliados evangélicos (22%) —embora mesmo ali a
maioria, 51%, não acredita em Bolsonaro.
Nos grupos mais específicos,
há previsibilidade em consonância com outros aspectos captados pelo Datafolha.
Para 38% dos empresários, Bolsonaro sempre diz a verdade. Já homossexuais e
bissexuais, alvos da homofobia presidencial, são quase unânimes (75%) em
rejeitar as falas do presidente. Tal avaliação é feita por 63% dos pretos.
O melhor momento de
popularidade de Bolsonaro, dezembro do ano passado, já não tinha um índice
muito grande de crença: 21% acreditavam no presidente. De lá para cá, a
avaliação de que ele não fala a verdade subiu de 37% para o patamar atual.
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/poder
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