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sexta-feira, 30 de julho de 2021

Com rejeição de 62%, Bolsonaro perderia para Lula, Mandetta, Ciro, Haddad e Doria no segundo turno

A gestão da pandemia e as suspeitas de corrupção na compra de vacinas contra a covid-19 mantêm o desgaste do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mostra pesquisa da Atlas Político, realizada desde segunda, 26, e finalizada nesta quinta, 29. Se as eleições fossem hoje, o presidente perderia para seus principais adversários no segundo turno, incluindo o governador João Doria (PSDB-SP), empatado tecnicamente com Bolsonaro, mas com viés de vantagem.

Doria venceria com um resultado de 40,6% a 38,1% do presidente. Como a pesquisa tem 2 pontos porcentuais de margem de erro para cima ou para baixo, eles ainda estão empatados, mas é a primeira vez que o governador paulista aparece no páreo para se eleger. Em maio, Doria ficava 6,1% atrás de Bolsonaro na simulação de segundo turno.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ampliou a vantagem sobre Bolsonaro em comparação à pesquisa anterior e venceria por 49,2% contra 38,1%, num eventual segundo turno, num cenário com 12,8% de votos nulos ou brancos. Em maio, a vantagem de Lula era de 4,7% sobre o presidente. “A tendência é de fortalecimento de Lula”, diz o cientista político Andrei Roman, CEO do Atlas. “Desde o início do ano, Lula vem numa trajetória constante de crescimento”, completa.

Também Ciro Gomes (43,1% a 37,7%), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (42,9% a 37,5%), e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (41,9% a 38,4%) ampliaram sua preferência, e poderiam frustrar o sonho da reeleição do presidente em 2022.

O levantamento confirma o momento de baixa de Bolsonaro, enquanto ele intensifica a campanha contra o sistema eleitoral eletrônico, mesmo sem ter provas para sustentar o que afirma, como mostrou sua live nesta quinta. Segundo a Atlas Político, a rejeição ao presidente subiu e chegou a 62% neste final de julho, contra 36% de aprovação. Trata-se de uma alta de cinco pontos porcentuais em relação a maio, quando a CPI da Pandemia começou. A Comissão Parlamentar apontou irregularidades em contratos de compra de vacinas, como a indiana Covaxin, e suspeitas de pedidos de propina em outras negociações que atingem inclusive militares que ocupavam cargo no Ministério da Saúde.

Roman lembra que o noticiário tem sido negativo para Bolsonaro desde o início do ano, com a pandemia, que teve seu ápice em março e abril, até que a vacinação pegasse velocidade. “Há, ainda, os problemas da vida cotidiana. O impacto econômico da pandemia, com os brasileiros desempregados, a renda menor. E milhares de brasileiros que perderam alguém querido para pandemia”, explica Roman.

As ameaças à democracia, quando sugeriu, no início deste mês, que as eleições poderiam não se realizar , não são fatores captados pelo eleitor ouvido na pesquisa. “Pode ser que isso gere uma polarização maior na sociedade, que neste momento se consolide uma maioria contra Bolsonaro, mas também é algo que mobiliza a sua base”, observa Roman. “Não há derretimento de sua imagem por causa da retórica contra as instituições, nem com a insistência na fraude em eleição, uma tese aventada desde as eleições de 2018”, completa.

Mas seus adversários também se fortalecem. O ex-presidente Lula, por exemplo, que já teve 60% de rejeição em maio do ano passado, hoje tem 54%. Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à presidência, também já teve 60% de rejeição em novembro do ano passado e hoje tem 50%. Ciro, porém, ainda avança lentamente no ranking de preferência dos eleitores. Alcança 6,2% da preferência numa simulação de primeiro turno com Lula, Bolsonaro, Mandetta, os apresentadores Danilo Gentile e Luiz Datena, além do governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB). Em maio, Ciro tinha 5,7% das preferências.

Rejeição no Nordeste e no Sul

Na divisão dos eleitores por religião, o presidente tem uma aprovação de 52% dos entrevistados evangélicos, contra 45% que desaprovam o seu desempenho. Entre os católicos, a rejeição vai a 69% contra 29% que o aprovam. Já na divisão por renda, Bolsonaro tem rejeição maior que 50% em todas as faixas. Seu melhor desempenho está entre os eleitores que ganham entre 3000 e 10.000 reais (43% dos entrevistados aprovam sua gestão) e 2.000 e 3.000 reais (42%). Sua maior rejeição vem entre os que ganham até 2.000 reais (69%), e os que ganham acima de 10.000 reais (também 69%, como mostra o quadro abaixo). Os eleitores do Nordeste e Sul do Brasil são os mais refratários ao presidente: 73% e 65%, respectivamente.

O cientista político lembra que apesar do momento de baixa, a rejeição ao presidente não é irreversível. “Quem não votou nele continua rejeitando, mas quem votou, não”, diz Roman. A pesquisa mostra que 70% dos eleitores que votaram nele em 2018 continuam aprovando seu Governo. “Bolsonaro se elegeu com 57,7 milhões de votos. Mesmo com a perda de apoio de parte desses eleitores, ele continua forte”, explica.

Os ‘nem nem’ e Eduardo Leite

Segundo Roman, há 23% do eleitorado que não quer votar nem em Lula nem em Bolsonaro. É nesse espaço que seus adversários tentam construir uma terceira alternativa para o eleitor, por ora, sem sucesso. Na simulação com todos os potenciais candidatos, nenhum alcança dois dígitos nas preferências, até o momento. Não é uma tarefa fácil, explica o CEO da Atlas Político, pois seria necessário um nome que tirasse votos de ambos que têm um eleitorado já consolidado. Juntos, eles somam mais de 70% do eleitorado.“Esse é um espaço que não foi criado, e o potencial candidato precisa mostrar que as suas propostas são melhores que as de Lula e Bolsonaro”, avalia.

Roman vê no governador Eduardo Leite um potencial de crescimento capaz de criar essa alternativa. Seu nome foi testado na pesquisa da Atlas Político em maio, quando alcançou 1,1% das preferências. No início deste mês, Leite ficou no centro das atenções do país após uma entrevista ao jornalista Pedro Bial em que assumiu publicamente sua homossexualidade. Falou também da sua intenção de concorrer as prévias tucanas para ser candidato à presidência, distiaciando-se dos dois líderes nas pesquisas. Depois da exposição, foi entrevistado por jornais de todo o Brasil e seu nome ganhou mais força.

Na pesquisa desta sexta, ele aparece com 3,1% das preferências, logo atrás do governador João Doria, que tem 3,5%. “Ele é o fator novidade. Se ultrapassar o Doria, fica numa posição bem interessante para avançar, com chances do segundo turno”, opina Roman. “Aí, todo o jogo político seria reinventado”, completa.

Leite tem a vantagem de ser desconhecido (43% dos entrevistados não sabiam quem é ele) e portanto com rejeição menor que os outros nomes no páreo: 37% contra 62% de rejeição a Bolsonaro e 54% de Lula. Já o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, que está menos exposto ao público nos últimos meses, tem uma rejeição similar à de Lula e numa simulação de segundo turno seria derrotado por Bolsonaro.

A um ano e três meses da próxima eleição, ainda é cedo para cravar qualquer resultado, especialmente num cenário em que se desenham cascas de banana com a campanha do presidente contra a urna eletrônica. A pesquisa da Atlas Político foi feita a partir entrevistas online com 2.884 pessoas levando em conta região, faixa etária, gênero e faixa de renda. As respostas são calibradas por um algoritmo de acordo com o perfil do eleitorado.

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil

terça-feira, 20 de julho de 2021

Governo Bolsonaro pagou US$ 14,8 milhões a mais por lote de máscaras KN95

A máscara anticorrupção do presidente Jair Bolsonaro começou a cair em mais uma denúncia do gênero que abala as estruturas do Palácio do Planalto e do Ministério da Saúde, comandando por seus indicados. De acordo com Thiago Herdy , colunista do Portal Uol, máscaras do tipo KN95 adquiridas pelo ministério e distribuídas a profissionais na linha de frente de enfrentamento da Covid-19 custaram 29% mais ao governo brasileiro do que a uma empresa privada que as adquiriu na mesma época, do mesmo importador e do mesmo fornecedor.

A aquisição superfaturada custou aos cofres públicos US$ 66 milhões por 40 milhões de máscaras em abril do ano passado, quando poderia ter pago US$ 51,2 milhões, uma diferença de US$ 14,8 milhões, diz a reportagem. Documentos obtidos pela reportagem, comprova que o governo pagou US$ 1,65 por máscara, ou R$ 8,65, pela cotação no momento da compra, como revela o contrato assinado com a 356 Distribuidora, Importadora e Exportadora, representante no Brasil da empresa de Hong Kong Global Base Development HK Limited.

Sendo que no mesmo mês, a empresa importou 200 mil máscaras para um grupo privado, por US$ 1,28 cada, ou R$ 6,71. Caso o mesmo preço tivesse sido ofertado pela 356 Distribuidora ao governo brasileiro, o país teria economizado US$ 0,37 (R$ 1,93) por máscara, ou US$ 14,8 milhões (R$ 77,5 milhões na cotação da época), se considerado o valor total da transação.

Ao ser perguntado por que não ofertou o mesmo preço ao governo brasileiro, o dono da 356 Distribuidora, Freddy Rabbat, preferiu não comentar. O Ministério da Saúde também não se pronunciou. Em nota, os advogados de Rabbat, Eduardo Diamantino e Fábio Tofic, defenderam o preço aplicado ao Ministério da Saúde, que no entendimento deles "está abaixo da média de mercado na época da aquisição, momento em que havia um crescimento sem precedentes da demanda mundial pelo produto e o Brasil corria o risco de não conseguir insumos para enfrentar a pandemia de covid-19".

A importação de máscaras a preço mais barato contou com o apoio do Ascensus Group, empresa de trading de Joinville (SC) que atuou como prestadora de serviços. A empresa confirmou a operação e disse que as máscaras mais baratas foram direcionadas a um cliente privado, cujo nome não poderia ser revelado em função de "cláusulas de confidencialidade".

Fonte: https://noticias.uol.com.br/colunas/thiago-herdy

segunda-feira, 12 de julho de 2021

Datafolha: Maioria no país não acredita em nada do que é dito por Bolsonaro

O índice de brasileiros que não confia em nada que é dito pelo presidente Jair Bolsonaro é o maior desde que o Datafolha começou a aferir esse índice, em agosto de 2019: 55%.

É o que aponta pesquisa nacional feita pelo instituto em 7 e 8 de julho, na qual foram ouvidas presencialmente 2.074 pessoas. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.​

A série tem 11 levantamentos até aqui. Desde o anterior, de maio passado, a desconfiança subiu de 50% para os atuais 55%. Confiam em tudo o que Bolsonaro diz 15%, ante 14% no levantamento passado. Já a avaliação de que o presidente é crível às vezes caiu de 34% para 28%.

Os dados conversam com o mau estado da popularidade presidencial aferida pelo instituto, constatada nesta rodada. Bolsonaro está com a pior avaliação de sua gestão e teria hoje baixa possibilidade de reeleição, segundo a fotografia captada pelo Datafolha. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o favorito neste momento.

Maioria nunca confia nas declarações de Bolsonaro

O governo vive uma grave crise política, inserida na tragédia sanitária dos mais de 500 mil mortos pela Covid-19 e sombras de problemas econômicos sérios, como inflação, aperto fiscal e até racionamento de energia elétrica.

A CPI da Covid e apurações paralelas têm descoberto suspeitas sérias de corrupção em negociações envolvendo o Ministério da Saúde, e desde o fim de maio há protestos de rua inauditos até aqui.

Isso não significa que Bolsonaro esteja à beira de um impeachment, conforme avaliam líderes políticos de vários espectros. Mas sua condição política está deteriorada.

Não creem em nada que Bolsonaro fala mais mulheres e menos instruídos (60% de incredulidade), além de moradores da fortaleza petista do Nordeste (65%).

Acreditam sempre no presidente mais os maiores de 60 anos (22%), os moradores de áreas bolsonaristas como o Norte/Centro-Oeste (21%) e os aliados evangélicos (22%) —embora mesmo ali a maioria, 51%, não acredita em Bolsonaro.

Nos grupos mais específicos, há previsibilidade em consonância com outros aspectos captados pelo Datafolha. Para 38% dos empresários, Bolsonaro sempre diz a verdade. Já homossexuais e bissexuais, alvos da homofobia presidencial, são quase unânimes (75%) em rejeitar as falas do presidente. Tal avaliação é feita por 63% dos pretos.

O melhor momento de popularidade de Bolsonaro, dezembro do ano passado, já não tinha um índice muito grande de crença: 21% acreditavam no presidente. De lá para cá, a avaliação de que ele não fala a verdade subiu de 37% para o patamar atual.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/poder

quinta-feira, 8 de julho de 2021

A CPI está do lado certo da História e ninguém está acima da lei

Este é um princípio democrático e civilizatório que se aplica tanto a civis quanto a militares. A CPI da Pandemia do Senado Federal descobriu fortíssimos indícios de que há, dentro e fora do Ministério da Saúde, verdadeiras máfias que operam para obter propinas em compras de vacinas e outros insumos necessários para o enfrentamento à maior tragédia humanitária da história do Brasil.

São criminosos da pior espécie, grupos que seriam compostos tanto por civis quanto por militares. Essas máfias, somadas à estratégia criminosa de impingir a imunidade natural de rebanho tanto a civis quanto a militares, são, ao menos, parcialmente responsáveis pelas cerca de 530 mil mortes de brasileiros, civis e militares.

A CPI vem atuando com a finalidade de identificar e punir essas organizações criminosas, para impedir um grave crime continuado, para honrar a memória de civis e militares que se foram e, sobretudo, de modo a contribuir para salvar vidas de brasileiras e brasileiros, civis e militares.

Ao fazê-lo, a CPI não ofende ninguém, civil ou militar.

Ofende apenas a negligência, a incompetência, a estratégia deliberada de conduzir brasileiros a morte. Ofende o charlatanismo dos tratamentos ineficazes. Ofende a ignorância e os que atacam a ciência. Ofende os que sufocaram amazonenses por falta de oxigênio. Ofende os que não usam máscaras e os que se recusam a ser solidários ao não praticar o isolamento social. Ofende os que obrigam vastas parcelas da população a sair de casa e ariscar a vida por falta de um auxílio emergencial decente.

Ofende também os criminosos e os mercadores da morte. Em sentido contrário, a CPI defende a lei, defende a Constituição, defende a ciência e defende a vida de todos, civis e militares. A CPI, por certo, não se acovardará. A CPI está do lado certo da História.

Por: @marcelobzero

segunda-feira, 5 de julho de 2021

Pesquisa CNT: Lula dispara no 1° turno e desaprovação de Bolsonaro vai a 62,5%

Uma pesquisa do Instituto MDA Pesquisa, encomendado pela Confederação Nacional de Transportes (CNT) mostra que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) alcançou uma desaprovação recorde desde 2019. Os dados do levantamento, divulgados nesta segunda-feira (5/7), indicam que a avaliação negativa do governo Bolsonaro disparou no período de quatro meses e atingiu, em julho, 48,2%.

A desaprovação do presidente chegou a 62,5% dos entrevistados, contra aprovação de 34,5%, registrando crescimento de 12,5% em relação à última pesquisa, de fevereiro de 2021, em que Bolsonaro era desaprovado por 51% dos entrevistados. O maior índice até então em uma pesquisa MDA/CNT havia sido registrado em maio de 2020, com desaprovação de 55%.

No mesmo período, a avaliação positiva do governo, que soma as opiniões ótimas e boas, piorou: passando de 32,9% em fevereiro para 27,7% em julho. A aprovação do desempenho pessoal do presidente também piorou entre as duas pesquisas. Segundo o levantamento de julho, 33,8% aprovam o desempenho de Bolsonaro, contra 43,5% em fevereiro. Já os que desaprovam somam agora 62,5%, ante 51,4% na sondagem anterior.

Em relação às eleições presidenciais de 2022, segundo a pesquisa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vence o presidente Jair Bolsonaro nas simulações de primeiro e segundo turnos.

Nas estipulações da pesquisa, no primeiro turno, Lula (PT) tem 41,3% das intenções de voto, Bolsonaro apresenta 26,6%, Ciro Gomes (PDT) e o ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro (sem partido) aparecem empatados, com 5,9% cada um. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), registra 2,1% e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) apresenta 1,8% das intenções de votos. Os votos brancos e nulos somam 8,6%, já os indecisos 7,8%.

Pensando em um potencial segundo turno, o levantamento mostra que Bolsonaro perderia para Lula, por 52,6% a 33,3%. Ciro Gomes também venceria o atual presidente em um eventual segundo turno, por 43,2% a 33,7%. Em um eventual confronto com João Doria, Bolsonaro aparece à frente, mas dentro da margem de erro, por, 36,3% a 33,5%.

A pesquisa também apurou que 61,8% dos entrevistados afirmaram que não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum. Outros 22,8% disseram que votariam nele com certeza e ainda 11,6% poderiam votar nele. Já, se tratando de Lula, 44,5% dizem que não votariam no petista de jeito nenhum.

Além disso, 40,3% dos entrevistados disseram que preferem que Lula vença, 30,1% afirmaram que preferem que um candidato que não seja ligado nem a Lula nem a Bolsonaro vença, e 25,1% optaram pela reeleição de Bolsonaro.

A pesquisa foi realizada com 2002 pessoas, presencialmente, entre quinta-feira (1º/7) e sábado (3/7). A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Fonte: Correio Braziliense

sexta-feira, 2 de julho de 2021

Procurador Geral investigará o presidente Bolsonaro por crime de prevaricação

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a abertura de inquérito para investigar a prevaricação do presidente Jair Bolsonaro na compra da vacina indiana Covaxin. O pedido foi enviado pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, nesta sexta-feira (2), ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Na noite de ontem (1º), a ministra do STF Rosa Weber cobrou uma posição da PGR sobre a notícia-crime apresentada pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) ao Supremo, pedindo a investigação de fatos apurados pela CPI da Covid. A investigação é baseada na denúncia do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e deu seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, sobre irregularidades na compra da Covaxin.

Eles dizem que avisaram Bolsonaro, em reunião no dia 20 de março, sobre suspeitas, mas que foram ignoradas pelo mandatário. O inquérito buscará esclarecer se Bolsonaro prevaricou diante da denúncia. Ou seja, não tomou as medidas cabíveis.

No pedido enviado ao STF, o vice-procurador quer saber se de fato houve prevaricação de Bolsonaro e se o delito teria sido cometido para satisfazer algum interesse próprio. A Procuradoria, que demorou para agir, argumentou que aguardaria a conclusão da CPI, mas Rosa Weber afirmou que a apuração da comissão não impede a atuação do Ministério Público Federal (MPF). E acrescentou que a PGR “desincumbiu-se de seu papel constitucional”.

Ação contra Pazuello

Na madrugada desta sexta, o Ministério Público Federal enviou à Justiça Federal uma ação contra o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello por improbidade administrativa. A ação classifica os atos de Pazuello como “prejudiciais ao combate à pandemia de Covid no país” e cita a lentidão na compra de vacinas e a adoção do chamado “tratamento precoce” com remédios sem eficácia.

A ação do MPF afirma que a gestão Pazuello causou um prejuízo de R$ 122 milhões aos cofres públicos, e pede que ele faça o ressarcimento do valor. Após a denúncia, caberá à Justiça Federal decidir se tornará Pazuello réu no caso.

A ação é assinada por oito procuradores da República. “A omissão e a negligência do ex-ministro da Saúde no trato das negociações das vacinas custou caro à sociedade (que sofre os efeitos sociais de uma economia em crise e sem perspectiva de reação), à saúde da população (que amarga índices descontrolados de morbidade e mortalidade por covid-19) e ao SUS (cujos leitos de UTI Covid adulto, só no primeiro semestre de 2020, custaram R$ 42 milhões/dia ou R$ 1,27 bilhão/ mês)”, afirmam na ação.