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quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Deputado Federal Orlando Silva quer ser prefeito de São Paulo para cuidar do povo mais humilde


Orlando Silva Jr. é um jurista, sociólogo, ex-ministro do Esporte e, atualmente, é deputado federal pelo PCdoB de São Paulo, cumprindo o seu segundo mandato na Câmara dos Deputados. Recentemente, ele anunciou sua pré-candidatura à prefeitura da maior cidade do país, pelo PCdoB, tornando-se, até agora, o único negro disputando o Executivo da capital paulista, em 2020.

O Mídia 4P conversou com o deputado sobre sua candidatura e sobre o seu atual papel no grupo de trabalho da Câmara sobre o Pacote Anticrime do governo federal. Confira a entrevista a seguir:

4P – O senhor é o único pré-candidato negro, até o momento, na disputa à prefeitura de São Paulo. Como interpreta isso? E o que um prefeito negro significaria para a cidade?

Não me surpreenderei se for o único candidato negro a prefeitura São Paulo. Infelizmente há poucos negros em posição política de destaque. Na prática, a questão racial é menosprezada pela maioria dos partidos. Meu partido, o PCdoB, dá peso a essa questão. Sou presidente Estadual do Partido. Nossa deputada Estadual, Leci Brandão, é negra. Os candidatos à prefeitura nas 3 maiores cidades do Estado (Capital, Campinas e Guarulhos) devem ser negros. Precisamos de exemplos, de valorização de líderes negros.

São Paulo já teve um prefeito negro. Importa o projeto político. Quero ser prefeito pra cuidar da periferia, da quebrada, do povo pobre, que é quem produz a riqueza dessa cidade. Um prefeito negro, com o projeto popular, terá grande valor político, no sentido de empoderamento da nossa gente. E terá grande valor prático, vamos cuidar de quem mais precisa do poder público.

4P – A Secretaria da Igualdade Racial da cidade de São Paulo foi extinta pela gestão João Dória (PSDB-SP). O senhor pensa em reativá-la? Em linhas gerais, como pretende inserir as questões de raça na gestão da cidade?Como o senhor pensa em reduzir a desigualdade numa capital tão complexa como São Paulo?

É correto ter um órgão na gestão pública que garanta a transversalidade da questão racial nas políticas públicas. Há temas que impactam o povo negro em toda as áreas, é um órgão que cuide disso deve ter papel de coordenação de todas as iniciativas: emprego e renda; educação, saúde, cultura, etc.

São Paulo precisa dar sua colaboração para o crescimento econômico do Brasil. A cidade tem forte trajetória industrial mas o peso dos serviços cresce dia a dia. Creio que a economia do futuro passa pela economia criativa e São Paulo pode ser vanguarda. Enfrentar desigualdades de modo sustentável exige medidas estruturais da educação e formação para o trabalho.

4P – O senhor faz parte do grupo de trabalho da Câmara dos Deputados que tem agido para desmontar o “Pacote anticrime” de Bolsonaro e de Sérgio Moro. O que este pacote representa para o povo periférico e negro? Qual a chance, a seu ver, de ser aprovado?

O chamado “Pacote Anticrime” é um desastre. Não traz medidas efetivas para combater a violência, a corrupção nem o crime organizado. Na verdade expressa uma lógica de encarceramento em massa, que se abateriam sobre os jovens negros, pobres e periféricos.

Felizmente no GT nós conseguimos excluir grande parte dos absurdos, tipo “barganha”, que acabava com o processo penal e iria prender geral; ou excludente de ilicitude, que seria um liberou geral, como denunciamos, uma licença para matar. Pode ser votado aí devesse ano. E será uma guerra no Plenário, mas confio que essas aberrações serão derrotadas.

Fonte: https://midia4p.cartacapital.com.br/

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