Deputados aprovaram, na
noite de quarta-feira (11/12), uma proposta que abre caminho para a privatização
das companhias públicas de saneamento pelo país. Por 276 votos a 124, os
parlamentares deram aval para o texto-base do Projeto de Lei (PL) 4162/19, de
autoria do Governo Bolsonaro, que agora segue para avaliação do Senado.
Ao votar contra, Valdevan
Noventa deputado federal e presidente licenciado do SindMotoristas – SP, disse que na prática, a proposta prejudica “os
municípios, principalmente, os mais pobres, pois eles acabam perdendo o apoio
das grandes cidades por conta do fim do subsídio cruzado, ou seja, a iniciativa
privada poderá participar de licitações no setor de saneamento”.
Em sua opinião, do ponto de
vista do conteúdo, a medida acaba com os chamados “contratos de programa”, que
são firmados entre municípios e companhias estaduais de saneamento para o
fornecimento de serviços na área sem necessidade de licitação e abre espaço
para a entrada do setor privado no ramo – motivo principal das críticas dos
opositores, que apontam risco de encarecimento e precarização dos serviços
prestados por conta do histórico das privatizações.
“A principal polêmica é a
viabilidade de abastecimento de locais com pouca atratividade para a iniciativa
privada, acabando com o financiamento cruzado, pelo quais áreas com maior renda
atendidas pela mesma empresa financiam parcialmente a expansão do serviço para
cidades menores e periferias”, justificou Noventa.
Segundo ele, o projeto prevê
apoio financeiro e técnico da União para que os municípios implementem um plano
de saneamento básico dentro do novo modelo aprovado. Sendo que a norma estará
condicionada a alguns fatores, com destaque para a privatização das estatais
locais, no caso daqueles que tenham uma empresa pública atuando no ramo.
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