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terça-feira, 16 de maio de 2023

PF identificou que gastos de Michelle Bolsonaro eram pagos em dinheiro vivo

A Polícia Federal (PF) identificou depósitos em dinheiro vivo na conta de Michelle Bolsonaro operados por Mauro Cid., ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) preso pela PF. De acordo com as investigações ele acertava com assessores pagamentos com recursos públicos das despesas da então primeira-dama.

Além do uso de dinheiro vivo, a PF comprovou que uma empresa com contrato com a Codevasf abasteceu esse dinheiro para o pagamento de contas da Michelle. A imprensa divulgou diálogos de Mauro Cid com assessoras de Michelle em que ele demonstra preocupação com os pagamentos das despesas da então primeira-dama, porque poderiam resultar em acusações de "rachadinha".

Os áudios foram enviados por um aplicativo de mensagens. As informações são do portal UOL, que teve acesso à transcrição das conversas e aos detalhes da investigação da PF (Polícia Federal) que resultou na prisão do tenente-coronel em 3 de maio. Cid é investigado por suposta inserção de dados falsos em cartões de vacinação contra a covid-19 de Bolsonaro e de outras pessoas. Saiba quem é Mauro Cid e quais crimes foram imputados a ele.

Pela investigação, Michelle Bolsonar usava um cartão de crédito vinculado à conta de Rosimary Cardoso Cordeiro, sua amiga e assessora no Senado. Com a quebra de sigilo bancário de Cid e mais funcionários do Planalto, a PF detectou depósitos em dinheiro vivo para Rosimary. O objetivo seria pagar as despesas feitas com o cartão de crédito e tentar ocultar a origem do dinheiro.

Segundo Leornado Sakamoto, colunista do UOL,“um cerco está se fechando a Michelle Bolsonaro por conta das mutretas reveladas por investigações da Polícia Federal sobre a origem do dinheiro que pagava seus gastos. Ela, que acusou o Palácio do Planalto de ser um lugar ‘consagrado aos demônios’ antes de Jair, mostrou que, na verdade, o que assombrava os servidores da Presidência da República era o temor sobre as maracutaias que a envolviam”, completou.

ÁUDIOS

Em 30 de outubro de 2020, a assessora Cintia Nogueira envia áudio a Giselle Carneiro demonstrando preocupação com o uso do cartão de crédito de Rosimary.

Leia a transcrição:

“Então hoje é essa situação do cartão realmente é um pouco preocupante. O que eu sugiro para você é o seguinte: no momento que você for despachar com ela [Michelle Bolsonaro], é esse assunto. Você pode falar com ela assim sutilmente, né? (…) Mas eu acho que você poderia falar assim: dona Michelle, o que a senhora acha da gente fazer um cartão para a senhora? Um cartão independente da Caixa. Pra evitar que a gente fique na dependência da Rosy. E aí a gente pode controlar melhor aqui as contas. (…) Pode alertá-las o seguinte, que isso pode dar problema futuramente, se algum dia, Deus o livre, a imprensa descobre que ela é dependente da Rose, pode gerar algum problema.”

A situação voltou a ser abordada em 25 de novembro de 2020, em um áudio de Giselle a Mauro Cid. Leia:...

“Coronel, bom dia. Ontem eu conversei com a senhora Adriana para saber se ela tinha falado com a dona Michelle, né. Ela falou que conversou. Explicou, falou todos os problemas, preocupações, né. (…). Mas, então, o resultado foi que a dona Michelle ficou pensativa. Segundo a dona Adriana, ficou pensativa, mas que vai continuar com o cartão. E ela falou que tem, tem os comprovantes assim, né? Que esse cartão já era bem antes do presidente ser eleito. Mas de qualquer maneira, a dona Adriana falou que ela ficou pensativa, né? Ontem mesmo já fizemos uma compra, mas foi em outro cartão. Então eu estou vendo que realmente tá sendo de pouco uso o da Caixa. Mas por enquanto é isso. Obrigada, tchau.”.

Ao ouvir o relato de Giselle, o tenente-coronel respondeu, na mesma data, que o caso poderia ser alvo de investigação por se assemelhar a um esquema de rachadinha e comparado ao que ocorreu com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O filho do presidente foi denunciado à Justiça por supostamente praticar rachadinha na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) –em maio de 2022, a denúncia foi arquivada.

Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/justica/gastos-de-michelle-eram-pagos-em-dinheiro-vivo-indicam-audios/)

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