A empresa não deixará de
acompanhar as cotações internacionais do petróleo e seus derivados e diz que os
reajustes continuarão sem periodicidade definida, "evitando o repasse para
os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da
taxa de câmbio".
Em comunicado, Prates repetiu
que a estratégia comercial tornará a Petrobras mais eficiente e competitiva,
atuando com mais flexibilidade para disputar mercados com seus concorrentes. "Vamos
continuar seguindo as referências do mercado, sem abdicar das vantagens
competitivas de ser uma empresa com grande capacidade de produção e estrutura
de escoamento e transporte em todo o país", afirmou.
A política do PPI foi
implantada no governo Michel Temer (MDB), como estratégia para blindar a
estatal contra ingerências políticas após um período de represamento de preços
que trouxe grandes prejuízos à companhia durante a campanha para a reeleição de
Dilma Rousseff, em 2014.
Seus críticos, porém, diziam
que a política penalizava o consumidor ao repassar para o mercado interno
custos como o transporte dos combustíveis até o país e as volatilidades do
mercado internacional de petróleo.
No comunicado distribuído
nesta terça, a Petrobras defende que a nova política "mantém um patamar de
preço que garante a realização de investimentos previstos no Planejamento
Estratégico, sob a premissa de manutenção da sustentabilidade financeira da
companhia".
"A Petrobras reforça seu
compromisso com a geração de valor e com sua sustentabilidade financeira de
longo prazo, preservando a sua atuação em equilíbrio com o mercado",
completa a companhia.
Os reajustes continuarão a ser
definidos por um grupo formado por dois diretores e pelo presidente da estatal,
com acompanhamento do conselho de administração, que é hoje mais alinhado ao
governo do que em gestões anteriores.
A empresa não divulgou uma
fórmula de precificação dos combustíveis. Diz que os valores serão definidos
com base nas alternativas de suprimento, ou seja, a concorrência, e no custo de
oportunidade, isto é, por até qual valor a estatal poderia vender o produto.
Claudio Schlosser, diretor de
Logística, Comercialização e Mercados, diz no comunicado que o modelo vai
considerar a participação da Petrobras e o preço competitivo em cada mercado e
região, a otimização dos ativos de refino e a rentabilidade de maneira
sustentável.
O fim do PPI era promessa de
campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), depois de um ano em que
os preços dos combustíveis atingiram recordes históricos no país, em resposta à
escalada das cotações internacionais após o início da guerra na Ucrânia.
Foi comemorado nesta terça por
sindicatos que apoiaram a campanha do presidente da República. "Depois de
quase sete anos assombrando o povo brasileiro, o pesadelo chega ao fim",
disse o coordenador-geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Deyvid
Bacelar.
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