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segunda-feira, 29 de maio de 2023

Tio da senadora Damares é responsável por avião preso com quilos de maconha

A Polícia Federal (PF) realizou no sábado (27) uma operação que resultou na prisão em flagrante de um indivíduo por tráfico interestadual de drogas. O suspeito foi detido no aeroporto de Belém, quando tentava transportar 290 quilos de skunk, uma forma concentrada de maconha.

Essa apreensão poderia ser apenas mais uma entre as realizadas diariamente pela PF, porém, o avião em questão pertence à Igreja Quadrangular-PA que, por meio de um comunicado, admitiu ser a proprietária da aeronave apreendida.

Em comunicado, a igreja afirmou ter acionado a PF assim que tomou conhecimento do conteúdo ilícito que seria transportado pelo suspeito sobre um carregamento de entorpecentes com destino à cidade de Petrolina os agiram prontamente.

O responsável pela droga foi abordado antes da decolagem e chegou a tentar fugir, mas foi capturado em seguida. De acordo com informações era o pastor Josué Bengtson e seu filho, Paulo Bengtson que utilizava a aeronave.

Josué Bengtson é líder espiritual na Igreja Quadrangular no Pará e também é tio e padrinho político de Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra da Família no governo Bolsonaro (2019-2022) e atualmente senadora pelo Distrito Federal.

A carreira política de Damares Alves foi impulsionada pelas mãos de seu tio: primeiro nos anos 1980, quando Damares foi ordenada pastora da Quadrangular, e após formar-se em Direito e obter a OAB, começou a atuar em outra esfera política e religiosa.

Nos anos 1990, Damares Alves foi trabalhar no gabinete de Josué Bengtson (PTB-PA) - o nepotismo estava começando a ser extirpado da política -, posteriormente, Damares trabalharia em uma série de gabinetes da esfera religiosa, até se tornar ministra da Família e hoje, senadora.

Josué Bengtson, tio de Damares, é o secretário executivo da Igreja Quadrangular do Pará. Sobre a droga encontrada na aeronave, ele e seu filho declararam não ter conhecimento de que o skunk seria carregado na aeronave.

terça-feira, 16 de maio de 2023

PF identificou que gastos de Michelle Bolsonaro eram pagos em dinheiro vivo

A Polícia Federal (PF) identificou depósitos em dinheiro vivo na conta de Michelle Bolsonaro operados por Mauro Cid., ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) preso pela PF. De acordo com as investigações ele acertava com assessores pagamentos com recursos públicos das despesas da então primeira-dama.

Além do uso de dinheiro vivo, a PF comprovou que uma empresa com contrato com a Codevasf abasteceu esse dinheiro para o pagamento de contas da Michelle. A imprensa divulgou diálogos de Mauro Cid com assessoras de Michelle em que ele demonstra preocupação com os pagamentos das despesas da então primeira-dama, porque poderiam resultar em acusações de "rachadinha".

Os áudios foram enviados por um aplicativo de mensagens. As informações são do portal UOL, que teve acesso à transcrição das conversas e aos detalhes da investigação da PF (Polícia Federal) que resultou na prisão do tenente-coronel em 3 de maio. Cid é investigado por suposta inserção de dados falsos em cartões de vacinação contra a covid-19 de Bolsonaro e de outras pessoas. Saiba quem é Mauro Cid e quais crimes foram imputados a ele.

Pela investigação, Michelle Bolsonar usava um cartão de crédito vinculado à conta de Rosimary Cardoso Cordeiro, sua amiga e assessora no Senado. Com a quebra de sigilo bancário de Cid e mais funcionários do Planalto, a PF detectou depósitos em dinheiro vivo para Rosimary. O objetivo seria pagar as despesas feitas com o cartão de crédito e tentar ocultar a origem do dinheiro.

Segundo Leornado Sakamoto, colunista do UOL,“um cerco está se fechando a Michelle Bolsonaro por conta das mutretas reveladas por investigações da Polícia Federal sobre a origem do dinheiro que pagava seus gastos. Ela, que acusou o Palácio do Planalto de ser um lugar ‘consagrado aos demônios’ antes de Jair, mostrou que, na verdade, o que assombrava os servidores da Presidência da República era o temor sobre as maracutaias que a envolviam”, completou.

ÁUDIOS

Em 30 de outubro de 2020, a assessora Cintia Nogueira envia áudio a Giselle Carneiro demonstrando preocupação com o uso do cartão de crédito de Rosimary.

Leia a transcrição:

“Então hoje é essa situação do cartão realmente é um pouco preocupante. O que eu sugiro para você é o seguinte: no momento que você for despachar com ela [Michelle Bolsonaro], é esse assunto. Você pode falar com ela assim sutilmente, né? (…) Mas eu acho que você poderia falar assim: dona Michelle, o que a senhora acha da gente fazer um cartão para a senhora? Um cartão independente da Caixa. Pra evitar que a gente fique na dependência da Rosy. E aí a gente pode controlar melhor aqui as contas. (…) Pode alertá-las o seguinte, que isso pode dar problema futuramente, se algum dia, Deus o livre, a imprensa descobre que ela é dependente da Rose, pode gerar algum problema.”

A situação voltou a ser abordada em 25 de novembro de 2020, em um áudio de Giselle a Mauro Cid. Leia:...

“Coronel, bom dia. Ontem eu conversei com a senhora Adriana para saber se ela tinha falado com a dona Michelle, né. Ela falou que conversou. Explicou, falou todos os problemas, preocupações, né. (…). Mas, então, o resultado foi que a dona Michelle ficou pensativa. Segundo a dona Adriana, ficou pensativa, mas que vai continuar com o cartão. E ela falou que tem, tem os comprovantes assim, né? Que esse cartão já era bem antes do presidente ser eleito. Mas de qualquer maneira, a dona Adriana falou que ela ficou pensativa, né? Ontem mesmo já fizemos uma compra, mas foi em outro cartão. Então eu estou vendo que realmente tá sendo de pouco uso o da Caixa. Mas por enquanto é isso. Obrigada, tchau.”.

Ao ouvir o relato de Giselle, o tenente-coronel respondeu, na mesma data, que o caso poderia ser alvo de investigação por se assemelhar a um esquema de rachadinha e comparado ao que ocorreu com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O filho do presidente foi denunciado à Justiça por supostamente praticar rachadinha na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) –em maio de 2022, a denúncia foi arquivada.

Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/justica/gastos-de-michelle-eram-pagos-em-dinheiro-vivo-indicam-audios/)

Petrobras muda regras de reajuste nos preços dos combustíveis

Na terça (16), a Petrobras divulgou nova política de preços de combustíveis, em substituição à PPI (paridade de importação), que definia reajustes da gasolina e do diesel com base em simulações sobre o custo de importação dos produtos. Pelas novas regras, segundo o presidente da estatal, Jean Paul Prates, contribuirá para reduzir os preços no país.

A empresa não deixará de acompanhar as cotações internacionais do petróleo e seus derivados e diz que os reajustes continuarão sem periodicidade definida, "evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio".

Em comunicado, Prates repetiu que a estratégia comercial tornará a Petrobras mais eficiente e competitiva, atuando com mais flexibilidade para disputar mercados com seus concorrentes. "Vamos continuar seguindo as referências do mercado, sem abdicar das vantagens competitivas de ser uma empresa com grande capacidade de produção e estrutura de escoamento e transporte em todo o país", afirmou.

A política do PPI foi implantada no governo Michel Temer (MDB), como estratégia para blindar a estatal contra ingerências políticas após um período de represamento de preços que trouxe grandes prejuízos à companhia durante a campanha para a reeleição de Dilma Rousseff, em 2014.

Seus críticos, porém, diziam que a política penalizava o consumidor ao repassar para o mercado interno custos como o transporte dos combustíveis até o país e as volatilidades do mercado internacional de petróleo.

No comunicado distribuído nesta terça, a Petrobras defende que a nova política "mantém um patamar de preço que garante a realização de investimentos previstos no Planejamento Estratégico, sob a premissa de manutenção da sustentabilidade financeira da companhia".

"A Petrobras reforça seu compromisso com a geração de valor e com sua sustentabilidade financeira de longo prazo, preservando a sua atuação em equilíbrio com o mercado", completa a companhia.

Os reajustes continuarão a ser definidos por um grupo formado por dois diretores e pelo presidente da estatal, com acompanhamento do conselho de administração, que é hoje mais alinhado ao governo do que em gestões anteriores.

A empresa não divulgou uma fórmula de precificação dos combustíveis. Diz que os valores serão definidos com base nas alternativas de suprimento, ou seja, a concorrência, e no custo de oportunidade, isto é, por até qual valor a estatal poderia vender o produto.

Claudio Schlosser, diretor de Logística, Comercialização e Mercados, diz no comunicado que o modelo vai considerar a participação da Petrobras e o preço competitivo em cada mercado e região, a otimização dos ativos de refino e a rentabilidade de maneira sustentável.

O fim do PPI era promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), depois de um ano em que os preços dos combustíveis atingiram recordes históricos no país, em resposta à escalada das cotações internacionais após o início da guerra na Ucrânia.

Foi comemorado nesta terça por sindicatos que apoiaram a campanha do presidente da República. "Depois de quase sete anos assombrando o povo brasileiro, o pesadelo chega ao fim", disse o coordenador-geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Deyvid Bacelar.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/05/petrobras-abandona-paridade-internacional-nos-precos-dos-combustiveis-diz-agencia.shtml


quarta-feira, 3 de maio de 2023

Operação da PF prende tenente-coronel do Exército ligado à Bolsonaro

Autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pessoas próximas a ele foram alvos de uma operação da Polícia Federal (PF), na manhã de quarta-feira (3), que investiga a inclusão de dados falsos sobre vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

Na ação o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, Max Guilherme, policial militar que atuou na segurança presidencial e outros foram presos. No total, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro.

A polícia fez busca e apreensão na residência de Bolsonaro, e apreendeu seu celular o de sua esposa Michelle e outras envolvidos na investigação. O Secretário de Saúde de Duque de Caxias também foi preso. O ex-presidente não foi alvo de mandado de prisão, mas deve prestar depoimento nas próximas horas na PF em Brasília.

PF apreende US$ 35 mil com ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

A Polícia Federal apreendeu cerca de US$ 35 mil (R$ 175,2 mil, no câmbio atual) na casa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).

O que aconteceu?

A PF encontrou o dinheiro em um cofre ao prender Cid na manhã de hoje. Além dos US$ 35 mil, os agentes também apreenderam R$ 16 mil. Sua defesa não comentou a apreensão.

O militar presta depoimento hoje à PF contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

Após o depoimento, sobre a suposta inclusão de dados falsos de vacinação, Cid deverá ser conduzido para cumprir a prisão preventiva. Por ser militar da ativa, ele tem a prerrogativa de ser preso em um quartel do Exército, e não em um presídio comum.

Cid também tem direito a uma Sala de Estado Maior, um tipo de cela que não possui grades, por exemplo. O ex-ministro Anderson Torres, delegado da PF, está em uma Sala de Estado Maior.

 

Fake News: Regular plataformas digitais é questão civilizatória

A tentativa de golpe no 8 de Janeiro e a recente onda de violência nas escolas intensificaram na opinião pública o debate sobre a necessidade de regulação das plataformas digitais para evitar ou diminuir os riscos de propagação de conteúdos ilegais por meio da internet. A urgência de uma legislação que responda a esse desafio se justifica e encontra no Congresso Nacional uma proposta que tramita há três anos, com ampla oitiva dos atores envolvidos, seja o segmento econômico, seja a sociedade civil ou a academia.

O Projeto de Lei 2.630, chamado de Lei de Combate às Fake News, cria um conjunto normativo que se inspira nas melhores experiências internacionais — entre as quais o Ato dos Serviços Digitais editado pela União Europeia — e se baseia no tripé liberdade, transparência e responsabilidade na internet. A proposta valoriza a liberdade de expressão e, ao mesmo tempo, assegura direitos para os usuários ao obrigar os provedores a ser mais transparentes quanto a seus algoritmos e códigos de conduta e ao responsabilizá-los civilmente por danos causados por conteúdos ilegais patrocinados.

As empresas terão de observar o “dever de cuidado”: identificar conteúdos ilícitos, tais como apologia ao crime, indução ao suicídio, injúria racial, ataques ao Estado Democrático de Direito, entre outros, para evitar sua promoção e circulação, assim como já fazem em casos de pedofilia ou de direitos autorais. Quando alertadas sobre um conteúdo ilegal, deverão agir com diligência na moderação para diminuir potenciais riscos. O usuário terá, em contrapartida, o direito de questionar a moderação quando achar que foi injustamente cerceado.

Tais medidas são necessárias para enfrentar a pandemia de desinformação e discurso de ódio que tem crescido nas redes sociais, algo que se tornou um desafio para democracias de todo o mundo. Em grande medida, isso ocorre pelo modelo de negócios das plataformas, que promove extremismos para gerar engajamento.

O jornalista americano Max Fisher, autor do livro “A máquina do caos”, fruto de anos de investigações sobre o assunto, afirmou em entrevista que “ao desenhar sistemas que buscam o que mais engaja a atenção, o mais eficaz é o ódio, o nós versus eles, as conspirações paranoicas”. Se a assertiva é verdadeira, o poder público, por meio do Legislativo, está obrigado a regular tal atividade para mitigar os riscos de lesão a direitos individuais e coletivos dela decorrentes.

Não é razoável que pessoas ou empresas lucrem com a difusão em massa de desinformação sobre vacinas, causando danos inestimáveis à saúde pública, algo que vimos acontecer durante a pandemia. Nem que grupos criminosos se organizem para tentar um golpe de Estado, tendo por base uma campanha de mentiras para desacreditar o sistema eleitoral veiculada nas redes e grupos de mensagem. Ou, ainda mais grave, que perfis incentivem atentados em escolas, e a plataforma que os hospeda lave as mãos.

Não existe um mundo virtual e outro real, como alguns querem acreditar. Os avanços tecnológicos já criaram quase a simbiose entre eles, numa marcha que tende a acelerar ainda mais com a introdução da inteligência artificial. A esfera digital faz parte da vida em sociedade, e seus efeitos importam na realidade de cada um de nós. E, definitivamente, não há liberdade para o cometimento de crimes, seja nas ruas ou nas redes!

A internet e as redes sociais são maravilhas contemporâneas que encurtaram distâncias, proporcionaram encontros e reencontros antes impensáveis, uma economia digital pujante e criativa, soluções tecnológicas que revolucionam e impactam todas as áreas de atuação. Impedir o uso destrutivo dessas ferramentas e reverter toda essa potência para o bem da humanidade é uma questão civilizatória, um dos maiores desafios do nosso tempo. Mãos à obra!

Por: Orlando Silva, deputado federal (PCdoB-SP), é o relator do PL das Fake News