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sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Gleisi: com diálogo, é possível rever lei trabalhista e fortalecer a economia

O nível de exploração da classe trabalhadora aumentou significativamente depois da Lei 13.467/2017 – Reforma Trabalhista – sancionada no Governo Temer. Na ocasião seus defensores argumentava que era para gerar mais empregos e dar segurança jurídica na relação capital e trabalho.

Lutamos contra só que, infelizmente, fomos derrotados e desde então o desemprego só aumentou. Nestes quatro anos depois, o Brasil sofre com baixo crescimento econômico, com a contínua retirada de direitos, e confirma sua condição de exportador de matéria prima e agrava a desindustrialização.

A notícia boa é que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Lula) e Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), falam em revogar artigos desta legislação, aprovada no esteio do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, que retirou uma série de direitos trabalhistas e precarizou as relações de trabalho no País.

Gleisi defendeu, em entrevista publicada no site UOL na sexta-feira (7), que o Brasil precisa fazer uma revisão da legislação do trabalho para dar mais dignidade aos trabalhadores e também impulsionar a economia. Por isso, o tema será um dos compromissos presentes no programa que o partido vai apresentar à sociedade brasileira durante as eleições deste ano.

“A revisão da reforma trabalhista é um dos compromissos do PT para o plano, para o programa que vai apresentar para o próximo governo”, disse Gleisi, explicando que o Partido dos Trabalhadores não defende uma simples revogação da reforma trabalhista implementada por Michel Temer e continuada por Jair Bolsonaro, mas uma revisão das leis a partir do diálogo com os vários setores da sociedade.

Citou a revisão realizada recentemente na Espanha como um modelo que pode inspirar um processo semelhante no Brasil. No fim de 2021, o país europeu extinguiu diversas regras que haviam sido implementadas em uma reforma trabalhista feita em 2012 e que acabou inspirando a brasileira. A iniciativa foi destacada pelo ex-presidente Lula, que celebrou o fato de os trabalhadores espanhóis estarem recuperando seus direitos.

“Lá, o (presidente) Pedro Sánchez fez um negócio legal, que foi formar uma comissão tripartite de governo, trabalhadores e empresários. A gente acha que tem que ser por aí. O Lula sempre fez isso, no governo ele tinha o ‘conselhão’, fazia essas reuniões com trabalhadores e empresários. Lá na Espanha eles conseguiram fazer uma revisão olhando para o resultado, olhando para as consequências da reforma. Estão chegando a termos interessantes”, explicou Gleisi ao UOL.

Reforma não deu certo

Segundo ela, o Brasil tem condições de fazer um debate a partir de dados concretos que mostram que a reforma trabalhista não deu certo, pois tirou direitos, não criou mais empregos e, ainda, desaqueceu a economia, pois tirou renda dos trabalhadores, o que deixa o potencial de consumo brasileiro, que é imenso, subutilizado.

E um resultado tão ruim foi alcançado após a aprovação de medidas que feriram os direitos e a dignidade dos trabalhadores: “Por exemplo, trabalho intermitente. É uma aberração que a pessoa não tenha assegurado sequer o direito ao salário mínimo, nem outros direitos trabalhistas. (…) Houve o enfraquecimento da Justiça do Trabalho e do movimento sindical. Foi tirada a contribuição dos sindicatos. Tem a questão do negociado prevalecer sobre o legislado. O enfraquecimento da Justiça Trabalhista retirou dos trabalhadores as condições de reivindicar seus direitos”.

Para Gleisi, se governo, trabalhadores e empresários iniciarem um debate e fizerem uma revisão das leis do trabalho, a partir dos resultados obtidos pela reforma, todo o país será beneficiado. “É uma questão da base da economia da sociedade, é um direito das pessoas ter dignidade. É essencial para o desenvolvimento econômico de um país. Basta ver o Brasil com o potencial de consumo que tem: mais de duzentos milhões de habitantes. Manter a população com baixa renda é querer ir para o fracasso”, alertou.

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