Lula admitiu sua possível
candidatura. “Estou me dispondo, depois de longas conversas com vocês, a voltar
a ser candidato. Por que eu quero voltar? Eu não posso voltar e fazer menos do
que eu fiz. Eu tenho que voltar pra fazer mais. Significa que nós vamos ter que
trabalhar muito mais”, disse Lula. “A gente já demonstrou que é possível
governar de forma diferente. Você não cuida do pobre como se fosse um número
estatístico. (…) O que está acontecendo (agora) é uma demonstração da
perversidade da elite política e da elite econômica deste país. (…) Este país
pode ser consertado.”
Referiu-se ao atual
presidente como genocida e criticou a decisão de não exigir passaporte de
vacinação para quem chega ao país. “Nós temos um presidente que faz festa de
motocicleta todo santo dia e não teve a coragem de visitar um hospital, uma
família que perdeu um parente, um funcionário do SUS. Ele preferiu colocar um
general mentiroso no Ministério da Saúde.” Para o petista, o governo deveria
ter criado um comitê de crise e ouvido os cientistas. Ele reputou ao presidente
responsabilidade por pelo menos metade das mortes em consequência da covid-19.
Segundo o petista, o país
está em uma “encalacrada” e vai precisar de esforço conjunto para uma
reconstrução. “Nós estamos entrando em uma luta que será decisiva para o futuro
do nosso país”, afirmou. Ele lembrou que, como sindicalista, já criticou o
governo Getúlio Vargas, mas disse hoje que foi o ex-presidente que garantiu
conquistas como o salário e a CLT, “que naquele momento tirava os trabalhadores
de um estágio de semiescravidão”.
Ele também defendeu a
presença do Estado como indutor da economia. “Aqui no Brasil se criou a ideia
de que o Estado tem que ser fraco. Não queremos o Estado empresarial, mas que
dê a capacidade de cuidar do seu povo, que seja soberano, que seja capaz de
cuidar dos recursos naturais, da educação”, ressaltou.
O nono congresso da Força,
aberto em 16 de novembro, reelegeu Miguel Torres. Ele comanda também o
Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e a CNTM, confederação nacional. O 1º
vice é Sergio Luiz Leite (Fequimfar, federação dos químicos no estado de São
Paulo). E o também metalúrgico João Carlos Gonçalves, o Juruna, segue sendo o secretário-geral,
com dois adjuntos. A executiva da central tem 73 integrantes, sendo 24 mulheres
(33%).
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