De acordo com a jornalista, Juliana
Dal Piva, do UOL, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou à
1ª Vara Criminal Especializada denúncia em que afirma que oito funcionários do
gabinete do vereador mantiveram ocupações incompatíveis na mesma época em que
estavam lotados em cargos de assessores na Câmara Municipal do Rio de Janeiro (CMRJ).
Entre eles, está Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente, também investigada
pelo MP-RJ.
Que chegou às informações
após levantamento de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged) do Ministério do Trabalho. Muitas das atividades dos funcionários de Carlos
eram desempenhadas no mesmo horário de trabalho em que eles deveriam estar na CMRJ.
Ou seja, eram assessores, mas também davam expediente como técnico em
laboratório de farmácia em um hospital da zona oeste do Rio de Janeiro, por exemplo.
Para o MP, há indícios de
que “diversos assessores (...) não cumpriam o regular expediente na casa,
podendo assim ser considerados ‘funcionários fantasmas’, e com a possibilidade
de que “a remuneração de seus cargos fosse desviada pelo agente público”,
afirma trecho do documento ao qual o jornal O Globo teve acesso.
A investigação contra Carlos
Bolsonaro foi aberta em setembro de 2019, após denúncia de que o vereador
empregava parentes de Ana Cristina Valle, sua madrasta e ex-mulher do seu pai.
Alguns dos funcionários moravam em outro estado e admitiram nunca terem pisado
na Câmara dos Vereadores do Rio, onde estavam lotados, apesar de constarem em
folha de pagamento.
O MP identificou que ele
manteve e utilizou grandes quantidades de dinheiro vivo ao longo dos mandatos.
Entre os fatos, o pagamento de R$ 150 mil em dinheiro na compra de um
apartamento na Tijuca, na zona norte do Rio de Janeiro e R$ 15 mil para cobrir
um prejuízo que ele teve na Bolsa de Valores.
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