De acordo com a análise do
órgão, considerando as 5.000 demissões na Ford, haverá uma perda potencial de
118.864 mil postos de trabalho diretos e indiretos, com uma perda de massa
salarial de R$ 2,5 bilhões aos trabalhadores. Já a queda de arrecadação de
tributos e contribuições ficará na ordem de R$ 3 bilhões ao ano.
Atualmente a Ford possui
4.604 mil trabalhadores diretos na unidade de Camaçari, 830 na unidade de
Taubaté (SP) e 470 trabalhadores da fábrica dos jipes Troller em Horizonte
(CE). O número total de trabalhadores diretos é de 6.171, sendo que 5.000 serão
demitidos.
Contrariando o discurso de
Jair Bolsonaro (ex-PSL) que “denunciou ” que a Ford queria incentivos fiscais
para permanecer no país, estudo do Dieese aponta que de a cada R$ 1,00 gasto na
indústria automobilística, é acrescido
R$ 1,40 no ‘ valor adicionado’ da economia.
Fim
da Ford, fim de uma era
O encerramento da produção
imediatamente em Camaçari (BA) e Taubaté
(SP), mantendo-se apenas a fabricação de peças por alguns meses para garantir
disponibilidade dos estoques de pós-venda – as vendas dos automóveis da marca
Ford no Brasil (EcoSport, Ka e T4) será encerrada assim que terminar os
estoques; e a operação da fábrica da Troller em Horizonte (CE) no quarto
trimestre de 2021, representa o fim de uma era na indústria automobilística no
país.
A Ford foi a primeira
indústria automobilística a ter operações no Brasil, em 1919. Em 1921 inaugura
sua primeira fábrica no bairro do Bom Retiro, na capital de São Paulo.
Em 1980, a empresa era a
maior empregadora entre as montadoras, com 21.800 trabalhadores e uma produção
nacional de 165.500 unidades/anos. Em 1990 somou 17.578 trabalhadores, e em
1999, 9.153.
Em 2020 licenciou 139.897
veículos, sendo 119. 454 automóveis; 19.864 comerciais leves e 579 caminhões, o
que representou 6,8% do total de veículos licenciados no Brasil no ano passado.
Deste total, 84% foram produzidos no
Brasil (consultoria Bright). Em 1998, a Ford detinha 7,9% da produção nacional.
O setor automotivo chegou a
ter 159.648 trabalhadores diretamente vinculados às montadoras, sendo 137.775
na produção de autoveículos e 21.873 em máquinas agrícolas e material
rodoviário, em outubro de 2013 (nível mais alto desde janeiro de 1983, conforme
informações disponíveis na ANFAVEA). Em dezembro de 2020 registrou 120.538
trabalhadores diretos (-24,5%), sendo104.428 na produção de autoveículos e
17.740 na produção de máquinas agrícolas e material rodoviário, ao comparar com
o dado de outubro de 2013.
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