A combinação entre o
procurador federal Deltan Dallagnol e o atual ministro da Justiça, Moro, quando
era juiz da operação aconselhava, ordenava, e, em determinados momentos, agia
como órgão acusador e investigador, de seus desafetos, principalmente, se
fossem políticos do PT – Partido dos Trabalhadores.
Indignados com a gravidade dos
fatos, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Colégio de
Presidentes de Seccionais pediram na segunda-feira (10/06), que os envolvidos peçam
afastamento dos cargos públicos que ocupam.
“Não se pode desconsiderar,
contudo, a gravidade dos fatos, o que demanda investigação plena, imparcial e
isenta, na medida em que estes envolvem membros do Ministério Público Federal,
ex-membro do Poder Judiciário e a possível relação de promiscuidade na condução
de ações penais no âmbito da Operação Lava Jato”, afirmou a OAB em nota.
A instituição garante que não
se furtará em tomar todas as medidas cabíveis para o regular esclarecimento dos
fatos, especialmente junto ao Supremo Tribunal Federal (STF),
Procuradoria-Geral da República (PGR), Conselho Nacional do Ministério Público
(CNMP) e Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com o objetivo de reestabelecer a
confiança nas instituições públicas.
Desapontados, a AJD - Associação
de Juízes para a Democracia - e a Associação Latinoamericana de Juízes do
Trabalho (ALJT), também se manifestaram e exigem a soltura imediata do ex-presidente Lula
e de todas as vítimas do processo ilícito relevado pelos conchavos, além da
extinção dos processos originados da Operação Lava Jato.
“As denúncias contidas em tal reportagem
revelam que quando ainda exercia função de Juiz na operação Lava-Jato, o atual
Ministro Sérgio Moro aconselhou, ordenou, e, em determinados momentos, agiu
como órgão acusador e investigador, num verdadeiro processo inquisitorial”, diz
a nota, que também pede a exoneração do ministro Moro e investigação dos
integrantes do Ministério Público Federal que agiram em conluio com ele.
Entre as conversas divulgadas
está a combinação de ações, cobranças sobre a demora em realizar novas
operações, orientações e dicas de como a Força Tarefa da Lava Jato devia
proceder. Além disso, o site revelou que o procurador duvidava das provas
contra Lula e de propina da Petrobras horas antes da denúncia do tríplex e que
a equipe de Ministério Público Federal atuou para impedir a entrevista de Lula
antes das eleições por medo de que ajudasse a eleger o candidato do PT à
Presidência, Fernando Haddad.
Líderes dos partidos de
oposição na Câmara dos Deputados realizaram na terça-feira (11/06) reunião e
segundo o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP), seu partido e o PDT, PSB
assinarão requerimento para abertura de CPI – Comissão Parlamentar de Inquerito
-, em seguida, iniciarão a coleta de assinaturas necessárias para a instalação.
Os deputados também entraram
no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra o Dallagnol e outros
partidos tomaram iniciativas nesse sentido, como o registro de uma notícia
crime no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o comportamento desses agentes
públicos. Ontem também foi anunciada uma obstrução coletiva dos partidos de
oposição diante da pauta de tramitações da Câmara.
“São gravíssimos esses
acontecimentos. O juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol e a equipe
praticaram diversas violações ao estado democrático de direito. Um juiz que
comanda uma operação deveria ser alguém imparcial. Ele tem de manter o seu
lugar não como investigador ou como agente político ou partidário, mas como
alguém que ouve as partes, a defesa e a acusação”, disse Valente.
No final do mês de maio o Papa
Francisco escreveu uma carta a Lula, em que lamentava as duras provas que o
ex-presidente enfrenta em decorrência da condenação, especialmente a perda de
esposa, irmão e neto durante o processo. A mensagem encoraja e reforça Lula a
confiar em Deus e não desanimar.
“(…) podemos passa da
escuridão para a luz; das escravidões deste mundo para a liberdade da Terra
prometida; do pecado que nos separa de Deus e dos irmãos para a amizade que nos
une a Ele; da incredulidade e do desespero para a alegria serena e profunda de
quem acredita que, no final, o bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e
a salvação vencerá a condenação.”
Ao final, o Papa diz que,
“tendo presente as duras provas que o senhor viveu ultimamente, especialmente a
perda de alguns entes queridos”, “quero lhe manifestar minha proximidade
espiritual e lhe encorajar pedindo para não desanimar e continuar confiando em
Deus.”
Ditados como: A Justiça de
Deus tarda mais não falha ou Lei do Retorno - muitas coisas na vida não têm
preço. Mas todas têm troco, pode retratar fielmente o momento de turbulência
que atingiu em cheio a quadrilha de conspiradores que utilizaram de seus cargos
para cometer injustiças e manchar a imagem e reputações de pessoas e empresas,
em nome do combate à corrupção.
Por:
Nailton Francisco de Souza, Diretor Nacional de Comunicação da Nova Central e
Diretor Executivo do SindMotoristas – SP.
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