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quarta-feira, 26 de junho de 2019

Confiança dos comerciantes cai, após euforia com eleição de Bolsonaro


Após um período de suposta euforia entre as eleições de 2018 e a posse de Jair Bolsonaro (PSL) na Presidência da República, a confiança dos comerciantes brasileiros com a economia despencou. É o que mostra o Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário, elaborado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Em maio, o índice registrou 59,5 pontos, ante 65,7 em janeiro. O índice que mede as expectativas em relação à economia para os próximos meses teve queda de quase 9 pontos no mesmo período.

A situação evidencia a estagnação econômica que o país vive. Desde o início do ano, as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro vêm sendo reduzidas, o que reflete nos negócios e na confiança dos comerciantes. Segundo o indicador, 76% dos micro e pequenos empresários não notaram melhora da economia nos últimos seis meses. Ainda assim, 65% dizem estar confiantes de que a situação vai melhorar, embora 40% deles não saibam explicar em que baseiam essa expectativa.

Entre os comerciantes pessimistas com a economia, 53% justificam essa percepção pelo ambiente de incertezas políticas, enquanto 43% acreditam existir um risco em razão das dificuldades econômicas, como aumento dos preços e queda do emprego. Para 30%, a queda na confiança dos comerciantes deve-se ao fato de discordarem das medidas econômicas que vem sendo adotadas pelo governo Bolsonaro. Além do clima geral, a avaliação das vendas no mês de maio também não foi das melhores. Para 57% dos micro e pequenos comerciantes, não houve melhora nas vendas.

Para o presidente da CNDL, José Cesar da Costa, a quebra de confiança dos comerciantes se justifica pela demonstração de incapacidade de governar e de responder aos problemas do país que ficaram evidentes nos primeiros cinco meses de governo Bolsonaro. “Os dados mais uma vez sinalizam os ruídos políticos gerados ao longo dos meses, os quais trouxeram incertezas sobre a capacidade de aprovação das reformas e do próprio desempenho da economia, que vêm frustrando a classe empresarial e também consumidores”, analisa.

“O micro e pequeno empresário segue mais confiante do que no mesmo período do ano passado e na comparação com o auge da crise, mas a euforia que seguiu às eleições agora está mais contida. No segundo semestre, ainda haverá mais uma chance de esses indicadores voltarem a subir, no entanto, tudo vai depender de como será o ambiente político, ou seja, das medidas necessárias para a retomada da economia”, diz o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

Fonte: https://www.redebrasilatual.com.br

terça-feira, 25 de junho de 2019

Desabou o mundo do Moro e do Dallagnol


O mundo do ainda ministro Sérgio Moro e do ainda procurador Deltan Dallagnol desabou. Estão expostas as vísceras da farsa protagonizada por eles. O esquema mafioso operado secretamente, na sombra da fachada institucional da Lava Jato, veio abaixo; foi desmascarado. O mundo inteiro agora conhece as entranhas daquilo que o ministro do STF Gilmar Mendes nomeou como organização criminosa. Máfia mesmo.

A cada dia amplia a divulgação, por diferentes órgãos de comunicação, dos ilícitos e arbítrios praticados. O mega-escândalo de corrupção do judiciário brasileiro ganhou centralidade no noticiário nacional e internacional. O lançamento do excelente documentário Democracia em vertigem, de Petra Costa, que recebe merecida acolhida e repercussão da crítica e do público, aconteceu no pior momento para a conspiração Globo-Lava Jato.

Colunistas, articulistas e políticos que até ontem apoiavam cegamente o juiz e os procuradores da Lava Jato não escondem sua profunda decepção, e hoje criticam seus ex-heróis sem piedade. Até Ricardo Noblat, ex-Globo, lavajateiro de carteirinha e anti-petista incondicional, entende que “em um país sério, Lula seria solto e Moro investigado”.

A reportagem da Folha de SP de domingo, 23/6, é um duro golpe na credibilidade do Moro e do Dallagnol. A publicação, pela Folha, reforça a autenticidade dos documentos recebidos pelo Intercept. Ficou ainda mais insustentável, por isso, a versão farsesca da Globo e da Lava Jato, de suposto “ataque hacker” e adulteração das conversas reveladas.

Está claro como a luz do sol que procuradores e juízes – Moro como Capo di tutti capi [aqui e aqui] – fingiram combater a corrupção para, sob este falso pretexto, perpetrarem toda sorte de arbítrio, atentarem contra o Estado de Direito e implantarem o regime de exceção que viabilizou a eleição do governo de extrema-direita no Brasil.

Não estivesse o país sob a vigência do regime de exceção e com a Constituição arrombada, o processo do Lula seria anulado, o ex-presidente seria libertado do cativeiro da Lava Jato e Moro e Dallagnol já estariam afastados dos cargos públicos para serem julgados e condenados pelos crimes que cometeram – dentro das regras do Estado de Direito, como corresponde se fazer em sociedades civilizadas e democráticas.

A conspiração Globo-Lava Jato está documentalmente comprovada e exposta; é um fato histórico inexorável. Não há o que consiga apagar essa realidade, nem mesmo a eventual complacência do STF com o mega-escândalo de corrupção que atinge todo sistema judicial brasileiro.

A farsa está exposta na sua plenitude. A narrativa da conspiração Globo-Lava Jato já está escrita na história do Brasil. Somente pessoas com muita má-fé ou em estado febril de delírio recusam essa verdade.

Por: Jeferson Miola, Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial.

Lula é vítima de um juiz que tem lado


As revelações do site The Intercept expõem a farsa institucional que o país vive desde 2016 aos olhos do mundo. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, é o dublê de carrasco, pego em flagrante manietando provas e evidências para condenar um inocente. Tudo o que defesa de Lula e o PT vinham afirmando, desde o início da Lava Jato, de que havia dois pesos e duas medidas quando se tratava do ex-presidente, foi confirmado.

As reclamações sobre a conduta do juiz foram inúmeras e por diversas vezes denunciadas. Lula teve o seu direito à presunção de inocência negado e foi apresentado como um troféu de combate à corrupção. Agora, é como se a lei do retorno estivesse se fazendo cumprir, depois de grampear e vazar conversas, Moro está vendo suas mensagens nada republicanas correrem o mundo.

Desde 2015, Moro e os procuradores da Lava Jato vinham cometendo barbaridades que não poderiam ser pensadas para órgãos acusador e julgador. Lula e Dilma foram grampeados e os áudios vazados para a imprensa. Uma ilegalidade flagrante. Depois, o ex-presidente foi levado em condução coercitiva, mesmo nunca tendo sido chamado a depor. Mais. Um power point risível foi usado para condená-lo sem provas, com base em reportagens de jornais. As contraprovas e testemunhas foram descartadas e o lawfare foi consumado. A verdade agora veio à tona.

Moro não só auxiliou, como comandou a acusação contra Lula e a manipulando a seu bel-prazer a Lava Jato. As conversas obtidas pelo The Intercept o mostram-no assumindo um papel de estrategista e manipulador. Ali, surge reclamando da falta de operações, opina sobre como lidar com a imprensa, escolhe quem vai julgar, protege apoiadores e joga para a plateia no esforço de obter o apoio da opinião pública.

A nova divulgação, desta vez em parceria com o jornal Folha de S.Paulo, implica Moro e os procuradores em mais ilegalidades, desde sugestões para barrar tentativas de investigação contra a conduta do ex-juiz e até a comprovação de que a Polícia Federal efetivamente vazava informações para a imprensa. Pior. Revela que Moro escondia do Supremo Tribunal Federal seus alvos, mesmo diante da impossibilidade de manter para si o julgamento de quem tinha foro privilegiado.

A reportagem da Folha é ainda mais grave porque mostra que o parecer da Procuradoria-Geral da República seria enviado para “revisão” da Lava Jato. Um absurdo jurídico, já que o MPF do Paraná era parte do processo. Também ficou evidente que Moro e os coordenadores da força-tarefa jogavam com o STF, escolhendo o que deveria ser escondido ou revelado, de acordo com suas intenções.

Moro e Dallagnol feriram a Constituição Federal no que diz respeito à separação de funções. O Ministério Público Federal representa a sociedade e a ele cabe reunir provas, formular a denúncia e sustentar a acusação. Já aos juízes e desembargadores, cabe julgar com base nas provas e argumentos apresentados por acusação e defesa. As conversas reveladas pelo The Intercept demonstram que o responsável pelo julgamento ajudou a formular acusações.

Moro ainda quebrou o Código de Ética da Magistratura que proíbe essa relação assim tão próxima entre juiz e procuradores, como a promiscuidade detectada. “O magistrado imparcial é aquele que busca nas provas a verdade dos fatos, com objetividade e fundamento, mantendo ao longo de todo o processo uma distância equivalente das partes (acusação e defesa), e evita todo o tipo de comportamento que possa refletir favoritismo, predisposição ou preconceito”.

Há quem critique o site The Intercept, alegando que ele divulgou conversas obtidas ilegalmente e mensagens privadas. Vale lembrar aqui que o ministro Alexandre de Moraes já escreveu que quando se trata de má conduta de servidores públicos, não cabe evocar direito à privacidade. E sobre as conversas, recorro ao que sugeriu o próprio Moro de que não há problemas em provas adquiridas de maneira ilícita, desde que obtidas com “boa-fé”. E o que vale, segundo ele, é o conteúdo.

Neste dia 25, a 2ª Turma do Supremo deveria analisar o pedido de habeas corpus em favor do ex-presidente Lula, justamente pela “parcialidade” e “motivação política” ao condená-lo no caso do tríplex. Moro autorizou monitoramento do telefone do escritório dos advogados; impôs condução coercitiva e diversas outras medidas excepcionais com o objetivo de rotular Lula como culpado antes do processo e do seu julgamento; atuou fora das suas atribuições legais para impedir o cumprimento da ordem de soltura emitida pelo desembargador Rogério Favreto; divulgou atos processuais que estavam em sigilo com o objetivo de interferir nas eleições presidenciais de 2018; e aceitou o cargo de ministro de Estado.

O pedido não está amparado nas reportagens divulgadas pelo The Intercept, que só vieram a confirmar depois que Moro “sempre revelou interesse na condução do processo e no seu desfecho”. Esses graves fatos já são mais do que suficientes para evidenciar que Lula não teve direito a um julgamento justo, imparcial e independente. Por isso, a defesas pede a anulação do processo e liberdade de Lula.

Infelizmente, mais uma vez, parece que o STF tende a adiar a decisão sobre Lula. Entendo que isso evidencia o enfraquecimento institucional que vivemos no Brasil, o que é muito ruim para nossa democracia e o Estado de Direito. O Brasil espera e precisa de uma resposta clara das autoridades judiciais sobre este escândalo que nos expõe perante o mundo. De nossa parte vamos continuar lutando em todas as frentes para que a verdade prevaleça.

Por: Gleisi Hoffmann, Deputada federal (PT-PR) e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Brasil precisa optar entre ser democracia plena ou república de bananas


O Brasil está numa encruzilhada. Pode seguir o caminho de uma democracia plena ou a trilha de uma república de bananas. As conversas reveladas pelo “Intercept Brasil” não podem ser ignoradas, sob pena de o país tomar o segundo rumo.

A exposição de conversas dos principais atores da Lava Jato tem interesse público. O “Intercept Brasil” está fazendo jornalismo ao expor o modus operandi de Sergio Moro, Deltan Dallagnol e cia. Se a lei vale mesmo para todos, o STF (Supremo Tribunal Federal) deve anular a condenação de Lula decidida por Moro no caso do apartamento no Guarujá.

Foi errada a forma como o hoje ministro da Justiça conduziu o processo do petista. O então juiz agiu de modo parcial. Moro não poderia ter atuado assim em relação a nenhum réu.

Após audiência para ouvir Lula, o então juiz pediu nota pública ao Ministério Público Federal para rebater o que chamou de “showzinho da defesa”, segundo reportagem do “Intercept Brasil”. De acordo com revelação do site, Moro já havia orientado a acusação a buscar uma testemunha. Diante do fracasso, aceitou que fosse formalizada uma denúncia anônima. Esse atitude contraria a lei brasileira. Não pode no direito processual penal.

Não dá para fechar os olhos diante da gravidade dos fatos. Se o país fizer isso, seguirá o caminho da república de bananas. Se não fechar, optará por ser uma democracia plena. Criminosos não precisam seguir a lei. Mas um juiz, um procurador e um jornalista devem obedecê-la.

Não se quebra a lei em nome do combate à corrupção. Isso enfraquece a Lava Jato, que não está em xeque. A operação descobriu um escândalo gigantesco. Não se deve jogar o bebê fora junto com a água do banho. Confundir condutas individuais com o saldo da operação de combate à corrupção atrapalha a Lava Jato.

Lula sofreu um processo sem juiz. É óbvio que o Supremo tem de anular a condenação no caso do apartamento. Moro teve atitudes que um juiz não pode ter. Tampouco um procurador da República, porque o Ministério Público é fiscal da lei.

Dallagnol também está errado nos episódios até agora revelados pelo “Intercept Brasil”. Integrantes da Lava Jato não podem estar acima da lei, a não ser que o Brasil seja mesmo uma república de bananas.


Geração de emprego continua desafio para 2019 e País precisa gerar vagas formais


O Brasil é uma das 10 maiores economias do planeta, com população estimada em 209 milhões de pessoas, segundo a Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Cerca de 170 milhões têm 14 anos ou mais e, desses, 105 milhões compõem atualmente a força de trabalho, distribuída em 92 milhões de ocupados e 13 milhões de desempregados. Estão fora da força de trabalho aproximadamente 65 milhões de pessoas.

Em uma década, a desocupação foi reduzida para os menores patamares (6,8% em 2014), porém, em pouco tempo, uma crise econômica aprofundada pela instabilidade política quase dobrou a exclusão pelo desemprego, elevando a taxa para 12,7% em 2017.

Entre 2014 e 2016, quase dois milhões dos 92 milhões de postos de trabalho foram destruídos. Em 2018, o número de vagas voltou a aproximadamente 92 milhões. O número de desocupados, no entanto, saltou de 6,7 milhões, em 2014, para mais de 13 milhões, em 2017, e voltou a cair em 2018, quando ficou em 12,8 milhões. Toda essa movimentação foi acompanhada pelo considerável aumento do tempo de procura por uma ocupação, o que demonstra que o desemprego tornou-se problema estrutural.

A gravidade da situação pode ser observada pelas situações de desvinculação, desalento ou subutilização dos trabalhadores no sistema produtivo. A crise fez explodir o contingente de desalentados, aqueles que, mesmo precisando, desistiram de procurar ocupação. O número de pessoas nessa situação saltou de 1,5 milhão (2014) para 4,7 milhões em 2018. Os trabalhadores subocupados, com jornada de trabalho reduzida, eram 6,6 milhões, cerca de 7,2% dos que tinham ocupações (2018). Esses trabalhadores precisam e esperam melhores postos de trabalho, com jornada integral e salários mais altos.

O IBGE estima ainda que outros 8 milhões de trabalhadores compõem a força de trabalho potencial, pessoas que precisam trabalhar, mas que não procuraram emprego. Entre 2014 e 2018, o desemprego cresceu 90%, o número de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas aumentou 46%, a força de trabalho potencial teve acréscimo de 89% e a quantidade de desalentados triplicou (209%).

Ao todo, são 27 milhões de pessoas que querem trabalhar e não encontram vagas ou estão subutilizadas. Se estivessem ocupadas, ganhando 1 salário mínimo por mês, por exemplo, teriam o potencial de aumentar a massa salarial do país em 350 bilhões ao ano.

Dos 92 milhões de ocupados, cerca de 61,9 milhões são empregados, dos quais 44 milhões estão no setor privado. Entre os que estão na iniciativa privada, 33 milhões são assalariados com carteira assinada e 11 milhões sem carteira. Outros 23,3 milhões são trabalhadores autônomos, 4,4 milhões, empregadores e 2,2 milhões, trabalhadores familiares.

Nessa estrutura, considerando os desempregados, subutilizados, desalentados, assalariados sem carteira, autônomos, trabalhadores familiares, são mais de 63 milhões de pessoas sem trabalho ou com inserções laborais inseguras e precárias, que contam com frágil sistema de proteção.

Uma característica da desproteção é a baixa contribuição para a Previdência Social. Em 2015, o auge da participação contributiva foi atingido com 59,9 milhões de contribuintes - enquanto 32,2 milhões não contribuíam. Em 2018, o número de contribuintes caiu para 58,2 milhões e o de não contribuintes aumentou para 33,6 milhões. Atualmente, quase 37% da população ocupada não contribui para o sistema de Previdência Social, o que representa, considerando a contribuição sobre um salário mínimo, perda de receita de mais de 130 bilhões por ano.

Por: Clemente Ganz Lúcio, Sociólogo, diretor técnico do DIEESE.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Escândalos da Vasa Jato do ministro Desmoronando


Desde o dia 9 deste mês, o site Intercep Brasil vem divulgando trechos de conversas entre Moro e procuradores, numa ação arquitetada para tirar o ex-presidente Lula da eleição presidencial. Num diálogo entre Moro e o procurador Carlos Fernando, Moro pede a procuradores para que eles divulgassem uma nota à imprensa para rebater o que ele chamou de 'showzinho' da defesa do ex-presidente Lula.  

A reportagem do Site The Intercept destaca que "os procuradores acataram a sugestão do atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, em mais uma evidência de que Moro atuava como uma espécie de coordenador informal da acusação no processo do triplex. Em uma estratégia de defesa pública, Moro concedeu uma entrevista nesta sexta-feira ao jornal o Estado de S. Paulo onde disse que considera "absolutamente normal" que juiz e procuradores conversem. Agora, está evidente que não se trata apenas de "contato pessoal" e "conversas", como diz o ministro, mas de direcionamento sobre como os procuradores deveriam se comportar."

De acordo com outra reportagem, o procurador Deltan Dallagnol duvidava da existência de provas contra Lula, acusado de ter recebido um apartamento da OAS como propina. "No dia 9 de setembro de 2016, precisamente às 21h36 daquela sexta-feira, Deltan Dallagnol enviou uma mensagem a um grupo batizado de Incendiários ROJ, formado pelos procuradores que trabalhavam no caso. Ele digitou: 'Falarão que estamos acusando com base em notícia de jornal e indícios frágeis… então é um item que é bom que esteja bem amarrado. Fora esse item, até agora tenho receio da ligação entre petrobras e o enriquecimento, e depois que me falaram to com receio da história do apto… São pontos em que temos que ter as respostas ajustadas e na ponta da língua'", diz o site.

Outra matéria apontou que Moro "sugeriu trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrou novas operações, deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão, mostram conversas privadas ao longo de dois anos".

No diálogo com Dalagnol pelo aplicativo Telegram ele escreve: "Talvez fosse o caso de inverter a ordem da duas planejadas". "Não é muito tempo sem operação?", questionou.

No trecho, publicado pelo The Intercept Brasil, Moro se queixa de que a operação não pode ficar muito tempo "parada", no que Dallagnol - em escandalosa relação promíscua e interessada entre juízo e Ministério Público - responde afirmando que haveria a necessidade de articular com os americanos.

Leia o excerto das mensagens divulgadas:

"Moro – 18:44:08 – Não é muito tempo sem operação?
Deltan – 20:05:32 – É sim. O problema é que as operações estão com as mesmas pessoas que estão com a denúncia do Lula. Decidimos postergar tudo até sair essa denúncia, menos a op do taccla pelo risco de evasão, mas ela depende de Articulacao com os americanos
Deltan – 20:05:45 – (Que está sendo feita)
Deltan – 20:05:59 – Estamos programados para denunciar dia 14
Moro – 20:53:39 – Ok"

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Moro vira chorume na Justiça e Política brasileira!

Ações conspiratórias do ex-juiz Sérgio Moro e sua republiqueta de Curitiba para condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após revelações do site The Intercept Brasil no domingo (9/06), em que apontam tramas da Operação Lava Jato com fins políticos partidários, fez com que a reputação dos agentes públicos, que assustados como ratos, se decompõem  como lixo em aterro sanitário.

A combinação entre o procurador federal Deltan Dallagnol e o atual ministro da Justiça, Moro, quando era juiz da operação aconselhava, ordenava, e, em determinados momentos, agia como órgão acusador e investigador, de seus desafetos, principalmente, se fossem políticos do PT – Partido dos Trabalhadores.

Indignados com a gravidade dos fatos, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Colégio de Presidentes de Seccionais pediram na segunda-feira (10/06), que os envolvidos peçam afastamento dos cargos públicos que ocupam.

“Não se pode desconsiderar, contudo, a gravidade dos fatos, o que demanda investigação plena, imparcial e isenta, na medida em que estes envolvem membros do Ministério Público Federal, ex-membro do Poder Judiciário e a possível relação de promiscuidade na condução de ações penais no âmbito da Operação Lava Jato”, afirmou a OAB em nota.

A instituição garante que não se furtará em tomar todas as medidas cabíveis para o regular esclarecimento dos fatos, especialmente junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), Procuradoria-Geral da República (PGR), Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com o objetivo de reestabelecer a confiança nas instituições públicas.

Desapontados, a AJD - Associação de Juízes para a Democracia - e a Associação Latinoamericana de Juízes do Trabalho (ALJT), também se manifestaram e  exigem a soltura imediata do ex-presidente Lula e de todas as vítimas do processo ilícito relevado pelos conchavos, além da extinção dos processos originados da Operação Lava Jato.

 “As denúncias contidas em tal reportagem revelam que quando ainda exercia função de Juiz na operação Lava-Jato, o atual Ministro Sérgio Moro aconselhou, ordenou, e, em determinados momentos, agiu como órgão acusador e investigador, num verdadeiro processo inquisitorial”, diz a nota, que também pede a exoneração do ministro Moro e investigação dos integrantes do Ministério Público Federal que agiram em conluio com ele.

Entre as conversas divulgadas está a combinação de ações, cobranças sobre a demora em realizar novas operações, orientações e dicas de como a Força Tarefa da Lava Jato devia proceder. Além disso, o site revelou que o procurador duvidava das provas contra Lula e de propina da Petrobras horas antes da denúncia do tríplex e que a equipe de Ministério Público Federal atuou para impedir a entrevista de Lula antes das eleições por medo de que ajudasse a eleger o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad.

Líderes dos partidos de oposição na Câmara dos Deputados realizaram na terça-feira (11/06) reunião e segundo o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP), seu partido e o PDT, PSB assinarão requerimento para abertura de CPI – Comissão Parlamentar de Inquerito -, em seguida, iniciarão a coleta de assinaturas necessárias para a instalação.

Os deputados também entraram no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra o Dallagnol e outros partidos tomaram iniciativas nesse sentido, como o registro de uma notícia crime no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o comportamento desses agentes públicos. Ontem também foi anunciada uma obstrução coletiva dos partidos de oposição diante da pauta de tramitações da Câmara.

“São gravíssimos esses acontecimentos. O juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol e a equipe praticaram diversas violações ao estado democrático de direito. Um juiz que comanda uma operação deveria ser alguém imparcial. Ele tem de manter o seu lugar não como investigador ou como agente político ou partidário, mas como alguém que ouve as partes, a defesa e a acusação”, disse Valente.

No final do mês de maio o Papa Francisco escreveu uma carta a Lula, em que lamentava as duras provas que o ex-presidente enfrenta em decorrência da condenação, especialmente a perda de esposa, irmão e neto durante o processo. A mensagem encoraja e reforça Lula a confiar em Deus e não desanimar.

“(…) podemos passa da escuridão para a luz; das escravidões deste mundo para a liberdade da Terra prometida; do pecado que nos separa de Deus e dos irmãos para a amizade que nos une a Ele; da incredulidade e do desespero para a alegria serena e profunda de quem acredita que, no final, o bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e a salvação vencerá a condenação.”

Ao final, o Papa diz que, “tendo presente as duras provas que o senhor viveu ultimamente, especialmente a perda de alguns entes queridos”, “quero lhe manifestar minha proximidade espiritual e lhe encorajar pedindo para não desanimar e continuar confiando em Deus.”

Ditados como: A Justiça de Deus tarda mais não falha ou Lei do Retorno - muitas coisas na vida não têm preço. Mas todas têm troco, pode retratar fielmente o momento de turbulência que atingiu em cheio a quadrilha de conspiradores que utilizaram de seus cargos para cometer injustiças e manchar a imagem e reputações de pessoas e empresas, em nome do combate à corrupção.

Por: Nailton Francisco de Souza, Diretor Nacional de Comunicação da Nova Central e Diretor Executivo do SindMotoristas – SP.

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Rodrigo Maia: 'Ainda não vi ser formatada por esse governo agenda para o Brasil'


Alvo de críticas em protestos recentes organizados por seguidores do governo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) ataca: o Executivo não tem uma agenda formulada e o país está caminhando para o “colapso social”. Maia também critica o ministro da Educação, Abraham Weintraub, por não se comportar como deveria: “Ele não é ator, é ministro”. Na entrevista que concedeu ao GLOBO na residência oficial, na noite deste domingo, Maia voltou a insistir na necessidade da reforma da Previdência, mas alertou que só ela não resolve os problemas do país.

A relação com o presidente Bolsonaro melhorou ou vai ser de idas e vindas?

Não sei. Da minha parte é uma relação de diálogo, de construção de uma pauta que tire o Brasil do caminho que está indo, de um colapso social muito forte. Para onde a gente está indo não é bom. A gente precisa que cada um, com sua atribuição, colabore, principalmente, Executivo e Legislativo, para construir pautas além da Previdência, para que a gente possa cuidar desses brasileiros que estão cada vez mais em uma situação que eu tenho chamado de colapso social. Estamos caminhando de forma muito rápida para esse colapso social.

Sobre o pacto anunciado pelo governo, há algo próximo de ser anunciado?

Teve aí uma informação mal colocada. O ministro (Dias) Toffoli fez uma proposta de um pacto, não me lembro dos termos exatos, mas era mais de princípios, o governo veio com uma contraproposta mais política, mais ideológica, nós vamos estudar porque eu não posso assinar algo que eu não tenha apoio majoritário. Acho que a assinatura de um pacto de princípios entre os três poderes pode ser uma coisa interessante.

Mas já não está na Constituição o papel de cada um?

Já tivemos dois pactos republicanos. Tem algumas agendas que dá pra você pactuar princípios em relação a elas. Acho que o Onyx (Lorenzoni) avançou na informação sem uma construção política amarrada. Ele entregou um documento, ninguém leu, e ficou parecendo para a sociedade e a imprensa que a gente fechou aquele pacto em cima daquele texto. Zero de verdade nisso.

Como as manifestações que tiveram o senhor e o centrão como alvos vão interferir na Casa?

Não tem nenhuma relação. Manifestação é para ser respeitada. Foi uma manifestação basicamente do governo atacando àqueles que podem ajudar a agenda do próprio governo. Mas a agenda de reformas é maior que esse governo.

O que o senhor diz sobre a avaliação de que implodiu a fisiologia que havia no centrão?

Não sei se existia antes. Não entro nessa de ficar preocupado de que estão tratando o DEM como se fosse centrão. O DEM tem ideias claras. Acha que o estado brasileiros é insuficiente, burocrático e caro, que precisa ser reformado. E para isso um partido de 30 deputados precisa ter uma aliança com um arco de partidos que tenham a mesma agenda. É muito bonito ficar sozinho vocalizando, falar para um público, mas quem quer mudar o Brasil tem que ter a capacidade de compreender que só com um arco de aliança você consegue aprovar as emendas constitucionais que podem tirar o Brasil da linha do colapso social. Tenho clareza disso.

Como avalia a proposta de se tirar estados e municípios da reforma da Previdência?

Eu nunca defendi isso. Os governadores têm que ajudar mais, isso é uma questão óbvia, já disse isso a eles. Mas o que tem que se pensar é que o déficit previdenciário dos estados está na ordem de R$ 80, R$ 90 bi e vai continuar crescendo sem reforma. Quem vai pagar a conta? O governo federal.

O senhor fala em votar a reforma antes do recesso...

Não é fácil, mas vamos trabalhar para isso. A gente tem que trabalhar com datas, porque se não vai ficando para depois. Se não tem objetivo, vai extrapolar nosso tempo. Claro que não há atraso. O governo tinha a proposta do Michel, que era de R$ 1 trilhão, podia ter buscado e votado em março. Teria passado? Acho que não, mas era uma opção. Ninguém pode dizer que a reforma está atrasada, como algumas vezes meu amigo Paulo Guedes fala que está atrasada. Não é verdade. A perda de expectativa do mercado não tem relação com ter votado ainda ou não a Previdência, mas com as sinalizações confusas que o governo deu, pelo menos até os últimos 15 dias.

E como lidar com o que já foi vocalizado pelo deputado Paulinho da Força (SD-SP) que uma reforma robusta pode ajudar Bolsonaro a se reeleger?

Se der, ótimo. Primeiro, ele sempre foi contra a Previdência e teve a coragem de enviá-la. Segundo: já está ficando claro para todo mundo que a reforma previdenciária por si só não vai resolver nada. Agora, para sair da trajetória (de colapso), o governo vai ter que ir muito além do que foi até agora. Vai ter que pensar projetos importantes na área de infraestrutura, políticas de segurança jurídica em muitas áreas, ter coragem de enfrentar desafios.

O senhor vê movimentações do governo para fazer essas propostas?

Acho que está faltando uma agenda para o Brasil. A Previdência não é uma agenda, é uma reforma racional e necessária para equilibrar as contas públicas. Ela não resolve qualidade na educação, médico no hospital, produtividade no setor público ou privado, crescimento econômico ou desemprego. O que precisamos é uma agenda para o Brasil. Previdência é uma necessidade. Agenda para o Brasil a gente ainda não viu formatada de forma ampla, completa, por esse governo.

O que senhor acha da crise na Educação?

Acho que a sociedade foi para as ruas para tratar de educação por culpa do ministro (Weintraub), porque ele assume o ministério falando “vou cortar 30% da universidade A, B ou C”. No dia dos protestos fez uma apresentação Disney com o negócio do guarda-chuva, batendo na bancada do Rio, como se não fosse precisar nenhum deputado do Rio para votar. Então, ele não é ator. É ministro da Educação. Respeito ele, mas acho que ele está errando. E está errando contra o governo. Em ministro da Educação, a cabeça é racional, não é emocional.