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terça-feira, 27 de novembro de 2018

Nova diretoria do SINDMOTORISTAS (Gestão 2018/19) tomou posse


Em sessão solene realizada segunda-feira (26/11), no Auditório Elis Regina no Centro de Convenções do Anhembi, a diretoria do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transportes Rodoviário Urbano de São Paulo (SINDMOTORISTAS – SP) foi empossada. Autoridades de São Paulo, Taboão da Serra, Sergipe e Brasília, dirigentes sindicais de diversos segmentos, empresários, militantes e familiares participaram do evento.

Nos próximos cinco anos, a nova geração de dirigentes terá que encarar uma conjuntura pra lá de adversa. O presidente reeleito Valdevan Noventa disse que o futuro mandato será de grandes desafios, já que em fase de conclusão, aproximam-se a licitação e adequação das linhas de ônibus urbano que acarretará significativas mudanças no sistema de transporte da capital.

“Estamos preparados para enfrentar os obstáculos que surgirão. Não baixaremos a guarda, sobretudo, neste momento de transição política do país. A atual conjuntura já sinaliza que a nossa luta em defesa dos trabalhadores (as) será ainda maior, em 2019. Conclamo para que nossos companheiros (as) cobradores nos ajudem a defender seus empregos, cada dia mais ameaçados com as novas tecnologias”, disse Valdevan.

A preocupação do sindicalista é com o desemprego estrutural que se avizinha, caso a licitação seja aprovada nos moldes planejados pela Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP). No edital constam novas modalidades de transportes por aplicativo; readequação de itinerários com inaugurações de novas linhas do metrô e a legislação trabalhista que enfraquece a representação sindical e dificulta as negociações coletivas.

“A concorrência predatória com a Uber Juntos, modalidade pela qual passageiros que não se conhecem compartilham o carro, com pontos de embarque e desembarque definidos no momento da solicitação do serviço, obrigará as empresas a reduzir sua frota, consequentemente, postos de trabalho serão eliminados”, comentou o presidente.

Que recém-eleito deputado federal por Sergipe, declarou que será a voz da classe trabalhadora no Congresso Nacional. “Estarei na resistência a qualquer tentativa de precarização dos direitos trabalhistas e contra uma reforma da Previdência Social que transforme a aposentadoria em algo inatingível para os assalariados”, afirmou.

No encerramento agradeceu os trabalhadores (as) pela confiança e por dar-lhe a honra de ser presidente pela segunda vez do maior sindicato de transporte da América Latina e representante da classe trabalhadora no Congresso Nacional.

“Quero lembrar aos diretores e delegados sindicais da enorme responsabilidade que é representar essa categoria. Por isso, trabalhem incansavelmente para garantir dias melhores para os nossos companheiros do transporte. Que sirvam de inspiração as vitórias obtidas esse ano!”, finalizou Noventa.


sexta-feira, 2 de novembro de 2018

O futuro depende de que?


O que se conhece como emprego, ocupação, direitos sociais e trabalhista e Estado estão mudando e se transformarão radicalmente nos próximos anos. O que virá é completamente desconhecido. Organizada a partir do mundo do trabalho, a luta por direitos, pela liberdade, democracia, igualdade e justiça terá que ser reinventada.

Crianças e jovens de hoje serão os construtores do novo mundo, por meio do trabalho. Somente eles, que participarão desta construção, poderão achar as respostas para problemas, desafios, conflitos e contradições que surgirão, e serão inéditos. Para esse mundo que romperá com as atuais referências, será necessário criar adequadas formas de organização, de mobilização e de luta. A luta social e sindical terá que ser profundamente modificada.

E quais serão essas mudanças todas? A organização do sistema produtivo capitalista, oriundo das três revoluções industriais, está ficando para o passado. Há novos paradigmas produtivos irrompendo no cotidiano no mundo da produção e do consumo, alterando todas as dimensões do mundo do trabalho.

A riqueza financeira, reunida em fundos de investimento e articulada pelos bancos, está comprando as empresas nacionais e multinacionais e a riqueza natural. O objetivo é gerar o máximo lucro para distribuir resultados trimestrais para os acionistas. As estratégias e funções econômicas e sociais dessas organizações são outras.

Verdadeiros tsunamis de inovação tecnológica visam a incrementar a produtividade e passam a substituir intensivamente o trabalho humano na indústria, na agricultura, no comércio e nos serviços. As mais variadas máquinas tomam o lugar do homem na força de trabalho e, de maneira acelerada, ampliam as possibilidades de substituir a inteligência humana em amplas áreas de conhecimento e profissões. Os efeitos disruptivos sobre as ocupações, os empregos e as profissões já são, e serão cada vez mais surpreendentes, e, muitas vezes, devastadores.

São transformações por dentro do sistema capitalista de produção, de consumo e de distribuição, que agora se defrontam com as potencialidades e o poder das máquinas; com o desemprego estrutural de massas excluídas; com o aumento da desigualdade, sem precedentes; com os problemas ambientais (as mais diversas formas de poluição, a mudança climática e o aquecimento global); com as múltiplas formas de guerra, inclusive a nuclear; com a escalada da violência, das drogas, do tráfico. Ou seja, a quantidade (quase incontável), a complexidade e a escala dos problemas afetarão de maneira radical diversas dimensões do mundo do trabalho.

Essas transformações promoverão rupturas em todo o sistema produtivo. Os agentes econômicos já viabilizam a máxima flexibilidade para promover, atuar e reagir a essa transformação, sem resistência e com segurança. As mudanças institucionais (reforma trabalhista, por exemplo) preparam e entregam esse ambiente.

As reformas dos Estados, privatizações e venda de recursos naturais oferecem ao mercado ampliadas oportunidades de negócio. Está claro para a elite que as democracias devem ser controladas, para não gerar insegurança (a chamada confiança do investidor), e orientadas para aguentar as mudanças. Onde não for possível ou houver resistência, as democracias podem ser sacrificadas. O Brasil, com as riquezas e o sistema produtivo, é um dos maiores jogadores nesse mundo e faz parte desse tsunami transformador.


O sindicalismo tem o desafio de mergulhar na reflexão sobre o futuro, prospectar os desafios, articular a compreensão da complexidade e enunciar lutas inovadoras para essa nova etapa histórica. O sindicalismo tem, mais uma vez, a tarefa de trazer para o jogo social o trabalhador como sujeito coletivo, como classe, como ator político que constrói a história de todos, das nações, dos países e, hoje, do planeta.

É preciso pensar 10, 20, 30 anos para a frente. Por isso, os principais protagonistas desse movimento são os jovens trabalhadores. Serão eles que estarão produzindo, revelando as contradições da nova produção e distribuição desse outro sistema capitalista. É esse mundo, que será nosso também, mas produzido pelos jovens, que deve instruir o debate. Serão os jovens de hoje que terão que imaginar e criar outras formas de luta a partir do mundo do trabalho. São eles que terão que se colocar em movimento. Nós seremos seus companheiros de luta e estaremos juntos, para o que der e vier, enquanto estivermos vivos!

Por: Clemente Ganz Lúcio é sociólogo, diretor técnico do DIEESE, membro do CDES – Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. 

Centrais Sindicais não aceitarão reforma da Previdência injusta!


Representantes das centrais sindicais CSB, CSP/Conlutas, CTB, CUT, Força Sindical, Intersindical e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) decidiram na quinta-feira (01/11), na sede do Dieese, em de São Paulo, intensificar a luta contra a proposta de reforma da Previdência do futuro governo de Bolsonaro (PSL).

Durante a reunião os sindicalistas elaboraram um documento unitário com as próximas ações do movimento sindical, entre as quais a realização de um seminário, em 12 de novembro, para iniciar a organização da campanha nacional sobre a ‘Previdência que queremos’.

Segundo Nailton Francisco de Souza (Porreta) diretor Nacional de Comunicação da Nova Central, a derrota da classe trabalhadora nas Eleições 2018, exigirá muita solidariedade e unidade de ações para enfrentar a “Agenda Ultradireitista” que o próximo presidente da república tentará impor para a sociedade brasileira.

A vitória eleitoral de forças políticas com visão ultraliberal na economia, ultraconservadora nos costumes e com viés autoritário na política, infelizmente, nos colocaram em um beco sem saída. Para podermos enfrentar as avalanches de ataques aos direitos e preservamos a Constituição Federal de 1988, necessitaremos de muita unidade nas ações e nas lutas que virão”, disse Nailton.

Que enxerga no Congresso Nacional e no STF - Supremo Tribunal Federal-, uma espécie de “Porto Seguro” dos movimentos sociais e sindicais no equilíbrio dos embates contra o “Regime Hibrido de Bolsonaro”, que é a mistura velhas e novas de forma de controle e autoritarismo com verniz democrático.

“Passado a ressaca e a bordoada que recebemos nas urnas, temos que nos preparar e reerguer nosso exército para evitarmos mais violência, censura e terror. A conversa olho no olho nos locais de trabalho, nas praças, nos bairros, nos bares, nos sindicatos e nas residências, para conscientizar a população em geral de que o governo Bolsonaro, investirá pesado para nos apontar como culpados e inimigos internos no possível fracasso de seu governo”, alertou Porreta.

No final do encontro os sindicalistas aprovaram o seguinte manifesto:

São Paulo, 1º de novembro de 2018.

Reunidas hoje, 1º de novembro, na sede do DIEESE, em São Paulo, as Centrais Sindicais CSB, CSP/Conlutas, CTB, CUT, Força Sindical, Intersindical e Nova Central decidiram:

- Intensificar a luta contra a proposta da reforma da Previdência Social, divulgada recentemente pelos meios de comunicação;

- Organizar o movimento sindical e os segmentos sociais para esclarecer e alertar a sociedade sobre a proposta de fim da aposentadoria;

- Realizar um seminário, em 12 de novembro, para iniciar a organização da campanha nacional sobre a Previdência que queremos;

- Retomar a luta por uma Previdência Social pública, universal, que acabe com os privilégios e amplie a proteção social e os direitos.