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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Não há mais nenhuma dúvida: PF conclui que Bolsonaro vazou inquérito sigiloso sobre ataque ao TSE

A Polícia Federal (PF) concluiu que o presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras duas pessoas divulgaram uma investigação sigilosa que apura um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com isso, houve danos à confiança no sistema eletrônico de votação usado no Brasil. Segundo a delegada Denisse Ribeiro, o descumprimento dele a uma ordem judicial para prestar depoimento na sexta-feira (28), não atrapalhou o trabalho.

Bolsonaro deveria depor sobre vazamento de documentos sigilosos de uma investigação da PF sobre ataque hacker ao TSE e tinha que esclarecer como teve acesso a uma investigação sigilosa. O presidente teria acessado os dados sobre o ataque ao sistema porque o deputado Filipe Barros (PSL-PR), relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, teria pedido, e obtido, esse privilégio ao delegado Victor Feitosa Campo, da superintendência da PF.

O relatório da PF está agora no Supremo Tribunal Federal (STF), no gabinete do ministro Alexandre de Moraes. O próximo passo deverá ser encaminhar o documento para manifestação do procurador-geral da República, Augusto Aras, que poderá concordar ou não com a polícia.

“Todos, portanto, revelaram fatos que tiveram conhecimento em razão do cargo e que deveria permanecer em segredo até conclusão das investigações, causando danos à administração pela vulnerabilização da confiança da sociedade no sistema eleitoral brasileiro e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tudo com a adesão voluntária e consciente do próprio mandatário da nação”, diz trecho do documento.

Denisse disse ainda a reportagem da Agência O globo: “Por fim, não se procedeu à tomada de declarações de Jair Messias Bolsonaro, diante do não atendimento da ordem judicial de comparecimento para oitiva. Essa ausência, por outro lado, não trouxe prejuízo ao esclarecimento dos fatos”.

Desculpas
Os ataques de Bolsonaro ao STF, e particularmente a Moraes, chegaram ao auge nas “comemorações” do 7 de setembro, quando o presidente desferiu uma série de ofensas ao ministro e prometeu que não cumpriria mais decisões dele. Dois dias depois, diante da enorme repercussão negativa, e vendo que o golpe que pretendia falhou, recuou.

Em nota divulgada na tarde do dia 9, escrita, na verdade, por Michel Temer, Bolsonaro praticamente pediu desculpas a Moraes e disse que nunca teve “intenção de agredir quaisquer dos Poderes”. Chegou a mencionar as “qualidades como jurista e professor” de Moraes e em tom ameno declaro que “existem naturais divergências em algumas decisões” do ministro.

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