Bolsonaro deveria depor sobre
vazamento de documentos sigilosos de uma investigação da PF sobre ataque hacker
ao TSE e tinha que esclarecer como teve acesso a uma investigação sigilosa. O
presidente teria acessado os dados sobre o ataque ao sistema porque o deputado
Filipe Barros (PSL-PR), relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do
voto impresso, teria pedido, e obtido, esse privilégio ao delegado Victor
Feitosa Campo, da superintendência da PF.
O relatório da PF está agora no
Supremo Tribunal Federal (STF), no gabinete do ministro Alexandre de Moraes. O
próximo passo deverá ser encaminhar o documento para manifestação do
procurador-geral da República, Augusto Aras, que poderá concordar ou não com a
polícia.
“Todos, portanto, revelaram
fatos que tiveram conhecimento em razão do cargo e que deveria permanecer em
segredo até conclusão das investigações, causando danos à administração pela
vulnerabilização da confiança da sociedade no sistema eleitoral brasileiro e no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tudo com a adesão voluntária e consciente do
próprio mandatário da nação”, diz trecho do documento.
Denisse disse ainda a reportagem
da Agência O globo: “Por fim, não se procedeu à tomada de declarações de Jair
Messias Bolsonaro, diante do não atendimento da ordem judicial de
comparecimento para oitiva. Essa ausência, por outro lado, não trouxe prejuízo
ao esclarecimento dos fatos”.
Desculpas
Os ataques de Bolsonaro ao STF, e particularmente a Moraes, chegaram ao auge
nas “comemorações” do 7 de setembro, quando o presidente desferiu uma série de
ofensas ao ministro e prometeu que não cumpriria mais decisões dele. Dois dias
depois, diante da enorme repercussão negativa, e vendo que o golpe que
pretendia falhou, recuou.
Em nota divulgada na tarde do
dia 9, escrita, na verdade, por Michel Temer, Bolsonaro praticamente pediu
desculpas a Moraes e disse que nunca teve “intenção de agredir quaisquer dos
Poderes”. Chegou a mencionar as “qualidades como jurista e professor” de Moraes
e em tom ameno declaro que “existem naturais divergências em algumas decisões”
do ministro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário