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quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Datafolha: Lula tem 48% e vence no primeiro turno seus adversários

O instituto Datafolha divulgou na tarde de quinta-feira (16) pesquisa de intenção de voto para a eleição de 2022. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém boa dianteira sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-juiz Sergio Moro (Podemos) não chegou aos dois dígitos. Veja os resultados do primeiro cenário pesquisado, que ofereceu aos eleitores os nomes dos candidatos melhor posicionados nas últimas pesquisas:

Lula (PT) 48%;

Jair Bolsonaro (PL) 22%;

Sergio Moro (Podemos) 9%;

Ciro Gomes (PDT): 7%;

João Doria (PSDB) 4%;

Brancos e nulos: 8%;

Não sabe: 2%.

O segundo cenário traz mais nomes, mas pouco altera o resultado da pesquisa. Lula (47%) e Bolsonaro (21%) perdem um ponto percentual, resultado dentro da margem de erro da pesquisa. Moro e Ciro ficam com os mesmos percentuais do primeiro cenário e Doria oscila 1 ponto para baixo, ficando com 3%. Eles são seguidos por Simone Tebet (MDB) e Rodrigo Pacheco (PSD), ambos com 1%. Não pontuaram os pré-candidatos Alessandro Vieira (Rede), Aldo Rebelo (sem partido) e Felipe D’Ávila (Novo).

Em ambos os cenários, Lula soma mais intenções de voto que os adversários somados e estaria eleito no primeiro turno se a eleição fosse hoje. O Datafolha não fez uma linha do tempo com resultados anteriores porque os cenários testados são novos em relação aos últimos levantamentos do instituto.

A comparação possível é na pesquisa espontânea, quando não são apresentados os nomes. Nesse cenário, Lula subiu de 27% para 32% em relação a setembro deste ano, enquanto Bolsonaro oscilou para baixo (na margem de erro): de 20% para 18%. Moro, que não era citado em setembro, somou 2% na espontânea. Nesse cenário, a maioria dos entrevistados (36%) disse não saber em quem vai votar.

A pesquisa foi realizada de 13 e 16 de dezembro com 3.666 pessoas com mais de 16 anos, presencialmente em 191 cidades do país. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.

Fonte: https://www.metropoles.com/brasil

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Lula diz que os conservadores destruíram tudo que seus governos construíram em benefício do povo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Lula) foi recebido como estadista na Argentina. Em entrevista exclusiva ao site Página 12, falou sobre a situação política no Brasil e os desafios econômicos latino-americanos e globais. “O Brasil vive uma situação que achava que nunca mais viveria, com 19 milhões de pessoas passando fome... Os conservadores destruíram tudo o que construímos... Bolsonaro é um fascista e o Moro é um neofascista, os dois vão tentar mentir para a sociedade o tempo todo...”, disse.

Confira, abaixo, alguns dos principais pontos:

Página 12 – Na Argentina, o macrismo deixou enormes prejuízos sociais com sua política econômica, no Brasil o mesmo acontece com a política neoliberal de Paulo Guedes. Que margem terá um futuro governo no Brasil para reverter essa herança?

Lula – O Partido dos Trabalhadores (PT) é capaz de mudar a situação do Brasil, precisa voltar ao governo porque sabe colocar em prática políticas de inclusão social, geração de empregos, para que os mais pobres participem do orçamento das cidades e estados brasileiros. Não podemos aceitar que um país do tamanho do Brasil, que foi a sexta maior economia do mundo sob meu governo, hoje seja a décima terceira; Não podemos aceitar que um país que acabou com a fome em 2012 e hoje veja que o flagelo é tão forte: são 19 milhões de pessoas que não têm o que comer. Tanto o Brasil quanto a Argentina, assim como a Bolívia e o Chile, precisam de governos progressistas que envolvam os pobres em uma participação ativa na economia, para que possam ser consumidores e comprar coisas e ter acesso à educação. Estou convencido de que a América Latina pode se recuperar. Infelizmente pessoas como Néstor Kirchner e Hugo Chávez morreram, outras pessoas foram violentadas, como Rafael Correa e Dilma Rousseff, depois da violência da lei, contra mim; o golpe contra Fernando Lugo. Os governos conservadores destruíram tudo o que construímos para o bem-estar social de nossos povos. Sei o que está passando o camarada Alberto Fernández, o que significa a dívida que Macri deixou com o FMI e sua pressão; Por isso, Alberto precisa trabalhar muito para que haja um acordo e que o povo argentino não seja vítima dos neoliberais.

Página 12 – O que você espera da negociação da Argentina com o FMI?

Lula – É possível fazer um acordo. O FMI foi tão benevolente com os países ricos com a crise de 2008, por isso tem que ser muito generoso para lidar com a dívida da Argentina. O povo argentino não pode ser sacrificado.

 

Página 12 – Como você descreve sua relação com Cristina Fernández e Alberto Fernández?

Lula – Minha relação com Cristina é mais antiga porque convivi com ela desde que Néstor Kirchner foi eleito presidente da Argentina, e depois com ela como presidente. Minha relação com Alberto teve um momento que me comoveu e foi quando ele me visitou quando eu estava detido no presídio de Curitiba. Foi um ato de generosidade e solidariedade de Alberto. Por isso, com muito orgulho, vou participar do grande ato de recuperação da democracia na Argentina, são 38 anos que devem ser valorizados. A vitória de Alberto e Cristina mostra que o povo não pode desanimar, que é possível que o povo recupere a democracia na medida em que o povo possa participar ativamente das decisões. Tenho uma estima especial pela Argentina porque não concebo que o Brasil cresça sozinho; O Brasil tem que crescer, a Argentina tem que crescer, o Uruguai é o mesmo, o Paraguai, a Bolívia porque juntos podemos ser mais fortes. Quando me tornei presidente em 2003, o intercâmbio comercial entre Brasil e Argentina mal era de 7 bilhões de dólares; Quando deixei a presidência, eram 39 bilhões de dólares, o que demonstra o potencial financeiro e de parceria. Para mim, a Argentina precisa do Brasil, e isso é mútuo; como precisamos do resto da América do Sul.

Página 12 – É significativo para você que o ex-juiz Sergio Moro, candidato independente, concorra com a base eleitoral do Bolsonaro? Você diria que são duas faces da extrema direita?

Lula – São dois personagens muito comprometidos com a extrema direita e, no caso do Moro, ele é um personagem perigoso: quando era juiz se atreveu a mentir em um processo para me condenar e me levar para a prisão e assim me impedir de ser eleito presidente em 2018. Ainda penso quão sério esse homem pode ser para a sociedade brasileira? Quantas mentiras ele pode contar aos brasileiros? Então, eu diria que são dois extremistas, o Bolsonaro é um fascista e o Moro é um neofascista, os dois vão tentar mentir para a sociedade o tempo todo. Eles vão ter que lutar entre si para ver quem vai para o segundo turno com o PT.

Página 12 – As pesquisas indicam que você ganharia a eleição?

Lula – Tudo indica que o PT tem boas chances de ganhar as eleições. Temos que agir com seriedade porque não há tempo para as eleições e, então, não podemos reivindicar a vitória antes do tempo. O PT tem um legado político e econômico extraordinário e de inclusão social no Brasil, vamos tentar dar à sociedade o que o PT fez de bom no país. Vamos trabalhar para ganhar as eleições. Dos dois que competem comigo, o Bolsonaro, como presidente, conta com o uso da máquina governamental, e o próprio Moro, com a ajuda de setores da mídia que fazem o enorme sacrifício para aparecer no noticiário. Não sei se é percebido na Argentina, mas aqui sou o mais censurado do planeta terra. Qualquer candidato que não seja o PT, que tem 1% nas pesquisas, aparece mais na televisão do que Lula, que tem 46 ou 47% de intenção de votar. Como eu era o que venceria no primeiro ou segundo turno, de acordo com todas as pesquisas, as empresas de mídia priorizam os candidatos que têm um ou dois por cento de intenção de votar. Não me preocupo porque tenho uma relação muito verdadeira com o povo e isso vai me permitir ganhar as eleições.

Página 12 – Aliás, que papel você acha que os sindicatos deveriam ter na mídia, como no caso do Página 12, em um contexto em que as corporações dominam a comunicação e o jornalismo?

Lula – Estou muito feliz com o papel do movimento sindical na comunicação argentina. Aqui no Brasil criamos uma televisão pública, mas ela não recebeu o investimento necessário e não é respeitada hoje pelo governo Bolsonaro. Temos um canal do sindicato dos metalúrgicos e dos bancos de São Paulo. Defendo que os meios de comunicação são efetivamente democráticos e que as universidades e os sindicatos podem ter canais de comunicação para dialogar com a sociedade, para informá-la, seja através do rádio, da televisão, do jornal ou da Internet. É essencial que as pessoas entendam que a mídia desempenhou um papel importante na região na derrubada de presidentes progressistas. A imprensa tem apoiado golpes no Brasil, vemos como a mídia ataca a camarada Cristina Fernández na Argentina. Sei do comportamento da imprensa contra Chávez e Correa. Eu sei como a imprensa me tratou no Brasil. As pessoas têm que lutar pela democratização dos meios de comunicação, o que significa garantir que todas as pessoas tenham a mesma oportunidade de falar, o direito de responder. É uma luta muito difícil.

Página 12 – Se você ganhar as eleições, você acha que Bolsonaro pode não reconhecer seu estilo Trump diante da vitória de Biden?

Lula – Não, não creio. O que vai acontecer no Brasil é um golpe democrático: a grande maioria do povo brasileiro vai rejeitar o Bolsonaro e eleger um candidato progressista. Espero ser eu. O povo brasileiro lembra nosso legado. Estou convencido de que vamos vencer.

Página 12 – No México, Andrés Manuel López Obrador governa, na Argentina, Alberto Fernández, na Bolívia, Luis Arce; Gabriel Boric pode vencer no Chile. Você considera esta a segunda onda de governos progressistas na região?

Lula – Espero que sim, porque o melhor momento econômico, político e social da América Latina foi justamente quando Chile, Argentina, Brasil, Bolívia, Uruguai e Paraguai foram governados por políticos progressistas, presidentes preocupados com a situação do povo. Foi um momento forte de inclusão social. Por isso, incentivo os setores progressistas a se fortalecerem para governar nossas queridas América do Sul e América Latina. Acredito que os setores progressistas podem vencer no Chile, que temos muitas possibilidades no Brasil, que a vitória de Luis Arce foi uma vitória extraordinária da Bolívia, do Peru sob Castillo. As pessoas estão descobrindo que, mesmo com muitas dificuldades, setores progressistas governam com maior compromisso com os trabalhadores e os pobres. Acredito que a América Latina precisa de uma oportunidade para acabar com a pobreza. Somos ricos, temos matéria-prima, profissionais qualificados, temos muita terra e capacidade produtiva; a única coisa que explica isso é a incompetência de muitos líderes que não sabem governar para os pobres. Alberto Fernández recebeu a dívida da presidência de Macri e então o povo argentino terá que ser muito paciente. A pandemia fez o mesmo, mas acho que é possível que a economia argentina se recupere, que se criem empregos e melhores salários para que as pessoas sejam mais felizes.

Página 12 – É claro que você buscará a integração regional. Quais são suas expectativas com o Grupo Puebla?

Lula – O Grupo Puebla tem um papel muito importante, mas acho que se os líderes progressistas voltarem a governar nossos países, eles terão a chance de recuperar o Mercosul, de fortalecê-lo, de fortalecer o Celac. Temos que entender que temos um potencial produtivo extraordinário, por isso precisamos construir parceiros para fazer bons acordos com a União Européia, com os EUA, com a China, porque precisamos recuperar o que foi perdido em tempos de pandemia. Vou tentar reconstruir o Mercosul e criar as condições para que se cheguem a acordos econômicos que beneficiem os pobres da região, merecemos recuperar no século XXI tudo o que foi minado no século XX.

Página 12 – O senhor vê a vitória de Xiomara Castro em Honduras como uma reivindicação histórica, depois da solidariedade de seu governo ao presidente destituído Manuel Zelaya?

Lula – Zelaya foi vítima de um golpe de Estado e dos interesses da elite; a escolha agora de sua esposa é uma recuperação. Espero que ela tenha sorte, que ela seja forte; Espero que o Congresso esteja disposto a ajudá-la. Porque é muito difícil ter um congresso de oposição, que consegue a maioria para implementar as políticas sociais necessárias para fazer Honduras avançar. No Brasil, por outro lado, passamos por situações muito difíceis porque temos um genocídio que não cuidou da economia, negligenciou as pessoas na pandemia, não cuidou do crescimento econômico. O Brasil está passando por uma situação que achava que não voltaria a passar. O Brasil já era muito melhor, o povo brasileiro precisa ser feliz.

Fonte: https://www.brasil247.com

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

PIB brasileiro do terceiro trimestre tem um dos piores desempenhos do planeta

Os resultados do terceiro trimestre de 2021 do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro (-0,1%) frente ao trimestre imediatamente anterior, conforme dados divulgados pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - revelam que a economia brasileira encolheu pelo segundo trimestre consecutivo, registrando um dos piores desempenhos econômicos do mundo.

Com esse desempenho, o Brasil entra em recessão técnica – dois trimestres seguidos de queda – com um declínio persistente acendendo um alerta ainda maior pela completa ausência de perspectivas no horizonte. Pelo lado da oferta, o resultado do terceiro trimestre foi influenciado pelo setor agropecuário (-8,0%) pelo encerramento da safra da soja, grão que domina a produção agrícola e principal item da pauta exportadora brasileira.

A indústria, que responde por cerca de 20% do PIB nacional e poderia ser um vetor de crescimento e desenvolvimento, segue estagnada (0,0%) e o resultado só não foi pior por conta do crescimento na construção civil (3,9%). Analisando especificamente a indústria de transformação, são três trimestres seguidos de queda: no primeiro trimestre de 2021 (-0,4%), no segundo trimestre (-2,5%) e no terceiro trimestre (-1,0%), depois de encerrar 2020 com um tombo de 4,4%.

Conforme dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil, num conjunto de 48 países, foi um dos poucos que registrou resultado negativo no terceiro trimestre de 2021, juntamente com Bulgária, México, Indonésia, Japão, Argentina, Austrália e Islândia.

A autorregulação dos mercados não entrega o que promete

O Brasil vai mal na economia, ao contrário do propagado pelo ministro da economia, que tem alvos bem definidos, ainda que dissimulados, e que comemora resultados que não existem. Um padrão econômico profundamente excludente e gerador de desigualdades.

O país segue na contramão das grandes economias que abandonaram o dogma da autorregulação dos mercados e estão se recuperando mais rapidamente. Ora a história e as experiências empíricas nos mostram que o mercado é promotor de desigualdades e não de igualdade. São caminhos que já se mostraram desastrosos pela vasta destruição na estrutura produtiva e no tecido social.

Mundo afora, países correm para retomar o crescimento com um Estado atuante na proteção social, nos investimentos contracíclicos, na oferta de crédito e nas ampliações de bens públicos. As projeções da OCDE para o PIB brasileiro em 2022 – mais otimistas do que a dos analistas financeiros por aqui –, são de crescimento menor para o Brasil (1,2%) frente a outros países da América Latina como a Argentina (2,5%), Chile (2,0%), Colômbia (5,5%), Costa Rica (3,9%) e México (3,3%).

Crescimento para quem?

No Brasil, o mercado financeiro revisou para baixo pela oitava semana seguida a projeção de crescimento do PIB de 2021: 4,7% e, para 2022, apenas 0,5%. E ainda precisamos considerar que em 2021 será um crescimento em relação a uma base retraída (o PIB encolheu 3,9% em 2020), além do paradigma crescimentista: crescimento de quê e para quem? O PIB poderá crescer, mas o desemprego permanece alto, com aumento da desigualdade e queda da renda.

Num quadro de estagnação, para piorar, o Brasil segue aumentando juros e com taxas mensais que no resto do mundo se cobra ao ano e que não resolvem o problema de preços, como defende o governo. A disparada da inflação  não é resultado de uma demanda maior e sim de custos, de choques de oferta e de políticas (ou ausência delas) do próprio governo. É um cenário que dificulta ainda mais qualquer possibilidade de retomada econômica, seja pela inibição do investimento, seja pelo encarecimento do crédito para as famílias e empresas.

E juros maior pressiona para cima o custo da dívida pública, transferindo bilhões para o setor financeiro. Segundo levantamento da Instituição Fiscal Independente (IFI), um aumento de um ponto percentual na taxa de juros significa R$ 53 bilhões a mais por ano a detentores de títulos da dívida pública.

Desemprego

Enquanto isso, o país segue com a quarta maior taxa de desemprego (12,6% no trimestre móvel julho a setembro) numa lista de 44 países, de acordo com a agencia Austin Rating, sendo a taxa mais alta do G20.

A desigualdade de um país diminui conforme aumenta sua complexidade econômica e isso passa, dentre outros fatores, pela indústria, pela inovação. O problema é que o Brasil vem trilhando o caminho oposto, salvo algumas ilhas de excelência, com uma economia simplificada, com redução do papel da indústria de transformação.

Por: Daniela Sandi, economista e técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Lula admite candidatura no congresso da Força Sindical e alerta para o risco de novo retrocesso trabalhista

No encerramento do congresso da Força Sindical, nesta quarta-feira (8), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva alertou para o risco de novo retrocesso trabalhista, planejado pelo atual governo, a partir de estudos de um grupo de trabalho. “Tudo o que o trabalhador ganha é custo Brasil. Custo Brasil é a falta de vergonha dessa gente. Se a gente não levantar a cabeça, aquele Congresso vai aprovar isso”, afirmou, ao receber o apoio de dirigentes de cinco centrais para as eleições de 2022.

Lula admitiu sua possível candidatura. “Estou me dispondo, depois de longas conversas com vocês, a voltar a ser candidato. Por que eu quero voltar? Eu não posso voltar e fazer menos do que eu fiz. Eu tenho que voltar pra fazer mais. Significa que nós vamos ter que trabalhar muito mais”, disse Lula. “A gente já demonstrou que é possível governar de forma diferente. Você não cuida do pobre como se fosse um número estatístico. (…) O que está acontecendo (agora) é uma demonstração da perversidade da elite política e da elite econômica deste país. (…) Este país pode ser consertado.”

Referiu-se ao atual presidente como genocida e criticou a decisão de não exigir passaporte de vacinação para quem chega ao país. “Nós temos um presidente que faz festa de motocicleta todo santo dia e não teve a coragem de visitar um hospital, uma família que perdeu um parente, um funcionário do SUS. Ele preferiu colocar um general mentiroso no Ministério da Saúde.” Para o petista, o governo deveria ter criado um comitê de crise e ouvido os cientistas. Ele reputou ao presidente responsabilidade por pelo menos metade das mortes em consequência da covid-19.

Segundo o petista, o país está em uma “encalacrada” e vai precisar de esforço conjunto para uma reconstrução. “Nós estamos entrando em uma luta que será decisiva para o futuro do nosso país”, afirmou. Ele lembrou que, como sindicalista, já criticou o governo Getúlio Vargas, mas disse hoje que foi o ex-presidente que garantiu conquistas como o salário e a CLT, “que naquele momento tirava os trabalhadores de um estágio de semiescravidão”.

Ele também defendeu a presença do Estado como indutor da economia. “Aqui no Brasil se criou a ideia de que o Estado tem que ser fraco. Não queremos o Estado empresarial, mas que dê a capacidade de cuidar do seu povo, que seja soberano, que seja capaz de cuidar dos recursos naturais, da educação”, ressaltou.

O nono congresso da Força, aberto em 16 de novembro, reelegeu Miguel Torres. Ele comanda também o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e a CNTM, confederação nacional. O 1º vice é Sergio Luiz Leite (Fequimfar, federação dos químicos no estado de São Paulo). E o também metalúrgico João Carlos Gonçalves, o Juruna, segue sendo o secretário-geral, com dois adjuntos. A executiva da central tem 73 integrantes, sendo 24 mulheres (33%).