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quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Brasil só gera vagas com salários baixos, aponta Ipea


Praticamente todas as novas vagas com carteira de trabalho assinada geradas no país em 2019 possuem uma remuneração máxima de até dois salários mínimos. Os dados são da Carta de Conjuntura divulgada pelo Ipea nesta quarta-feira (18).

Segundo o documento, apenas as duas primeiras faixas salariais (de até um e de até dois salários) possuem saldos positivos, ou seja, o número de contratações supera o de demissões no primeiro semestre do ano. Para os demais níveis salariais, mais altos, a dispensa de trabalhadores é maior que o total de admissões.

O levantamento, feito com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados da Secretaria de Trabalho do governo federal, indica que, a partir do segundo semestre de 2018, a geração de novos postos de trabalho com carteira assinada voltou a apresentar maior dinamismo.

No acumulado em doze meses até julho deste ano, a economia brasileira havia criado 521,5 mil novos empregos formais . Junto a esse bom resultado, as estatísticas também mostram uma leve recuperação dos salários médios de contratação, embora estes, historicamente, mantenham-se abaixo dos salários de quem tem sido demitido.

Os dados do Caged analisados pelo Ipea também mostram que a maior parte dos trabalhadores demitidos é aquela com menos tempo de permanência no emprego . Na média, nos últimos doze meses até julho, enquanto na indústria, no comércio e nos serviços quase a metade dos demitidos estava trabalhando há menos de um ano, na construção civil esse percentual avança para 62%.

Em contrapartida, a menor parcela dos trabalhadores dispensados é formada por profissionais com mais de cinco anos de permanência no emprego. Se na indústria de transformação essa parcela corresponde a 14%, na construção civil não chega a 5%.

Fonte: https://radiopeaobrasil.com.br

Para professor da UFRJ o Brasil pode ficar como a Rússia dos anos 90


Em artigo no Jornal do Brasil (www.jb.com.br, 6/6/2019), José Luís Fiori – Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Economia Política Internacional da UFRJ, opina que depois do golpe de Estado de 2015/16, e depois de três anos seguidos da mesma política econômica neoliberal e ortodoxa, o Brasil fica cada mais parecido com a Rússia dos anos 90.

E que quase todos os seus indicadores econômicos e sociais são declinantes ou catastróficos, em particular no que diz respeito à queda do consumo e dos investimentos, e mais ainda, no caso do aumento do desemprego, da miséria e da desigualdade social, aprofundado pela radicalização das privatizações e na desmontagem do Estado brasileiro e de seus compromissos com a soberania nacional e com a proteção social da população.

Diz que frente a isto, a equipe econômica Paulo Guedes ministro da Economia, resolveu transformar a Reforma da Previdência na tábua de salvação da economia brasileira, para logo depois inventar um novo Santo Graal, e agora anuncia em todo lugar e a toda hora, uma privatização radical de todo o estado brasileiro, incluindo toda a indústria do petróleo e a própria Petrobrás.

“Como se fosse um palhaço de circo mambembe do interior, tentando manter a atenção da plateia entediada com o anúncio da entrada em cena do leão. Mas tudo indica que sem sucesso, se tomarmos em conta a maior fuga capitais da Bolsa de Valores, em 23 anos, só neste mês de agosto recém findo. E é aqui exatamente que a história da Rússia pode nos ajudar a entender o que está passando, e prever o que deverá passar daqui para frente, tendo em conta as inúmeras semelhanças que existem entre esses dois países”, relata José Luís.